Eu sempre encontro dificuldades para iniciar um assunto, a introdução me parece a parte mais penosa do que o resto ( se bem que a conclusão é meio chata também huahua) . Postando minha terceira dica de filme no blog, apresento -lhes o filme " O Labirinto do Fauno" ( El Laberinto Del Fauno ) , escrito e produzido pelo cineasta Guilhermo Del Toro. Prometo que desta vez não vou cometer erros ortográficos como nas postagens anteriores, já que sou formado em letras, preciso dar exemplo. Retomando o assunto, eu não iria comentar sobre este filme logo de cara, porém minha empolgação floresceu logo após tê-lo assistido. Let´s go para a sinopse !Há muito, muito tempo, no Reino Subterrâneo ( é assim que começa mesmo, continue lendo ) , onde não existem mentiras ou dor, viveu uma princesa que sonhava com o mundo do humanos. sonhava com o céu azul, a brisa suave e o brilho do sol. Certo dia, ela conseguiu passar pela seguraça do mundo em que vivia, saindo para o mundo dos humanos. Os primeiros raios de sol que sentiu cegaram seus olhos, ela perdeu toda a memória e não se lembrava quem era. A princesa passou o dias com sede e fome, sentindo o frio do tempo e as dores da enfermidade, e com o tempo sobreveio o falecimento. O Rei do mundo subterrâneo, porém, esperava que um dia a alma de sua filha regressaria em um novo corpo, e decidiu esperar até que o tempo o consumisse, até que o fôlego de vida se esvair , até que o mundo deixasse de existir... .
1944. Ano em que ocorre o final da Guerra Civil na Espanha, já bastante debilitada devido o estouro da Segunda Guerra Mundial. E o que interliga a guerra à fábula é uma menia chamada Ofelia ( Ivana Baquero) filha de Carmen ( Adriadna Gil ) , uma mãe viúva que se casa com um oficial Fascista chamado Vidal ( Sergi Lópes ) , no qual tenta eliminar os guerrilheiros que resiste ao regime de Francisco Franco. Ofelia é uma menina muito fascinada por conto de fadas e fábulas, e se vê obrigada a mudar com sua mãe para o posto de batalha onde está seu padastro, já que deseja ver seu filho quando este nascer. Mesmo numa época difícil, Ofelia se depara com uma realidade diferente do que se vê ao redor, porque próximo de sua nova casa ela se depara com um magestoso e curioso labirinto. Lá dentro Ofelia se encontra com um fauno, uma variação do deus Pan , criatura das possibilidades e do pensamento livre, o único ser capaz de saciar seu desejo latente de transformação. Ele diz que Ofelia é a reencarnação da princesa Moanna, e sua função ali é passar a ela três tarefas antes de regressar ao mundo subterrâneo. A primeira é retirar uma chave mágica da boca de um sapo gigante que habita nas raízes de uma árvore. Depois utilizá-la para conseguir um punhal protegido por um ser grotesco e com olhos nas mãos. Nesta segunda tarefa, no entando, ocorre algo muito interessante que Guilherme acentua a medida que o filme toma objetivo. Ocorre o tempo inteiro no filme a junção dos dois mundos , a visão de Ofelia no mundo de fantasia com a situação política da Espanha, o fim da Guerra Civil. A segunda tarefa parece ser bem simples, pegar o punhal que está dentro de um cofre com a chave que ela pegou do sapo e cair fora. Mas o fauno recomendou enfaticamente que no lugar onde estava guardada a chave, uma mesa posta com todo o tipo de iguarias estaria ao dispor de qualquer pessoa , mas para a sobrevivência dela, não deveria provar nada que estivesse ali. O fauno lhe entregou um giz mágico, uma ampulheta e um estojo com três fadas, para guiá-la durante o percurso. O giz servia para abrir qualquer porta, e certamente para onde ela desejava ir. E a ampulheta, era o tempo que ela tinha para pegar a chave e sair. O salão era totalmente vivo, cores como vermelho, branco e preto davam ao ambiente um aspeco mais tenebroso. Porém, o que mais chamou a atenção nesta cena, foi notar que Guilherme retratou figuras do monstro que estava na mesa caçando e matando crianças, a imagem retrata o apoio da igreja católica para com os fascistas. As pessoas que quebram as regras são punidas severamente. A última tarefa consiste em derramar o sangue de um ser inoscente, e neste caso, o próprio irmão de ofélia.
Eu fiquei muito fascinado com este filme , porque não se trata de fantasia como pano de fundo para falar sobre a guerra. Na verdade a fantasia se enquadra com o realismo, porque todos os seres fantásticos apresentados e os ambientes de fábula são macabras. Del Toro coloca um toque lírico e onírico no filme, deixando a realidade e aspereza do real ser humano sem esconder nada. As cenas são fortes, o caos de fim de guerra é totalmente presente, e Ofelia completa com toques fundamentais de fantasia. Analisando mais a personagem, diria que ela possui uma capacidade de captar a realidade que a cerca de acordo com a idade dela lhe permite fazer. Como opinião pessoal, diria que a parte fantasiosa da coisa funciona como cápsula de escape para o que ocorre ao redor, porque a realidade na qual vivencia é cruel e aterradora. Sua mãe sofre com a gravidez de seu irmão, o país em guerra e o seu padastro totalmente arrogante, tornam as coisas mais difíceis para ela. Além disso, o roteiro é inteligente ao manter essa ambigüidade na história, dando espaço para o espectador tirar as próprias conclusões do que é real e o que não é . Eu fiquei chocado com certas do filme, não diria que uma criança de dez anos deva assistir este filme, é de uma realidade sem igual. As cenografia do filme e os personagens também não devem ficar de fora, o fauno é muito bem trabalhado e a personagem Mercedes ( Maribel Verdú) me causou grande surpresa. Sem contar a sala de jantar ,o monstro que possui os olhos na mão , a determinação e impassividade de Vidal são belíssimas concepções, bem explorada Por Del Toro.
Recomendo este filme porque ele possui realismo dentro da fábula repleto de lirismo, metáfora, alegoria e tristeza. Não é um filme que se deva deixar escapar, para quem aprecia esse misto de linguagem histórica com imagem literária não deve perder tempo
Deixo aqui o trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=l2IeZ9ou3V8&feature=related
