terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os Dragões da Subaruba: 2º Temporada

O Vento fustigava violentamente as folhas das árvores, castigando-as sem dó. Nuvens tempestuosas dançavam proeminentes, revelando sua inconstante fúria. Os pingos volumosos e aos milhares encadeavam a forte chuva naquele dia sombrio. Ichihara Yuuko estava sentada no chão da varanda observando o tempo revoltar-se com o resto do mundo. Em uma de suas mãos pairava uma xícara fumegante de vinho quente.
- Vinho quente em tempos de chuva fria é muito revigorante, Watanuki!
- Revigorante é a ressaca que a senhora terá depois! E pra quem sobra? PRA MIM! – Kimihiro estava na porta da varanda, com a bandeja rente ao peito contrastando com o avental branco e impecável. Maru e Moro rodeavam-no, cantando “Sobra pro Watanuki! Sobra pro Watanuki” enquanto Mokona o atazanava pedindo mais vinho.
- PAREM COM ESSA CANTORIA IDIOTA! E SE QUISER MAIS VINHO, VÁ BUSCAR! Vou trazer os aperitivos u_u – Watanuki saiu pisando forte até a cozinha blasfemando impropérios. Yuuko se divertia com os ataques histéricos de seu empregado, a frustração dele no mesmo nível da chuva. Mokona pulou até o colo de Yuuko, notando tensão na face de sua criadora mesmo sem expressão.
- Você notou que a chuva está muito forte, não é mesmo?
- Sim – concordou Mokona, seriamente – Não é uma chuva comum.
- Não, não é.
- Isso tem a ver com seu filho, não é?
- Não somente com ele, Mokona. A profecia está em andamento.
- E o que pode ser feito?
- Diretamente, nada. Somente quando um desejo é solicitado. Interfero apenas nas ações dos desejos alheios.
- Tem certeza de que ele virá até nós?- Mokona olhou novamente para Yuuko. Esta, por sua vez, colocou a xícara de vinho em cima da pequena mesa. Ela sorveu profundamente o cigarro através da piteira, seguido de uma baforada. Relâmpagos reberveravam enquanto os trovões rugiam com toda ferocidade; Ichihara Yuuko parecia mais sombria do que nunca.
- Ele virá quando for preciso – respondeu ela a Mokona, levando mais vinho aos lábios – Quando chegar o momento certo – Mokona assentiu, voltando a observar a chuva. Assim como sua criadora, ele sentia o poder de Yuuko Boy emanar de longe. O filho de Ichihara estava na base da escada do templo, a chuva escorrendo pelos degraus em vasta quantidade. No fim da escadaria, seus olhos perscrutavam a entrada da casa dos Sumegari, onde Shougo o aguardava pacientemente. Yuuko Boy soltou um riso com toda sua maleficência luzidia, dando o primeiro passo. Sua energia nunca pareceu tão ansiosa.


Coração Flamejante


                JP estava sentado em sua cama, analisando a jovem na sua frente através do vidro de contenção. Ela tinha olhos compenetrados e firmes, o nervosismo sob controle apesar do choque inicial. Poucos conseguem manter a serenidade diante dele. Talvez a sala dê esse tipo de segurança. Contudo, diante dele, a expressão dela transformou-se num ímpeto de terror. Seus olhos não miravam mais JP, e este seguiu o olhar dela. A sala estava fria e o alarme começou ressonar ininterruptamente, causando alarde descomunal a ponto de doer os ouvidos. JP notou a porta da sala de contenção aberta, um vulto negro andando lentamente na direção deles. Todo o corpo de Gaby-chan estava paralisado, a sombra fantasmagórica na sua frente tomando forma humana. Diante da luz, a mão dele apareceu, respingada de sangue. Sangue de um agente do C.C.O.E. , que acabara de entrar na sala tentando barrar o invasor. Nenhum som de súplica vinha de Gaby-chan. O rosto com respingos vermelhos focava apenas a menina em sua frente. Era como ver a morte diante dela.

Abertura






FLASHBACK

- Então Hiel, dá pra entrar no bordel?
                - Ah, eu não sei não, Didz! Ainda tem muitos seguranças por aqui. 9.9 Mas acho que podemos passar despercebidos pela movimentação deles. Olha como eles estão ocupados – Felipe apontou para a área aberta do jardim do bordel, onde vários funcionários do bordel reformando o local. Didz fez uma careta, inconformado.
                - Como não tem certeza, Felipe?! Não é hora pra ser passiva! Se fosse pra dar o rabicó e miar loucamente não teria dúvida alguma HAHAHA!
                - ¬¬ Ah meu cu, Didz!
                - HA! HA! HA! HA! HA! MEOOW TÁ DOENDO! MEEOW QUERO MAIS! – debochou Didz, sem dar ouvidos ao amigo. Hiel fechou a cara com uma vontade imensa de jogá-lo da árvore na qual estavam escondidos. Aguardavam horas para adentrar no bordel a fim de resgatar JP, mas a movimentação era tamanha que não acharam uma brecha. E a irritação de Hiel estava chegando ao limite com Didz fazendo gracinhas.
                - Você fala de mim, mas o que fez até agora? Pensou em alguma coisa por acaso? Ao invés de ficar falando putaria deveria pensar numa forma de entrarmos!  u.u
                - E eu pensei Meeow!  - Didz enlaçou o pescoço de Felipe fazendo-o olhar na mesma direção que ele. A alguns metros de distância notava-se a presença de alguns estudantes do bordel conversando próximos da praça do jardim – Vamos entrar disfarçados de universitários! Ninguém irá suspeitar!
                - Você tem certeza? 9.9 E se eles reconhecerem a gente? E se formos pegos? Ai Meu Deus! Vão nos prender também! Estaremos perdidos! Seremos interrogados! Torturados! OH QUE MUNDO CRUEL! – Hiel olhava pro céu entre as folhas das árvores clamando por uma ajuda vinda do além. Didz só observava a cena exagerada de Meow com a irritação estampada na face.  Rodji tinha razão: Ele fazia drama pra tudo, chegando até a pensar que se fosse pra dar o cu ele faria cena. Realmente, Rodji tinha paciência. Didz, não.
                - Bom, Meow é hora de executar o plano! u_u
                - Hã? Como assim, Didz?9.9
                - AGORA! – Didz deu um pontapé no traseiro de Hiel. Este perdeu equilíbrio e caiu da árvore. O baque causado pela queda de Felipe chamou a atenção dos universitários. Eles estavam num grupo de cinco pessoas, dois homens e três mulheres. Todos foram em direção em direção ao moço caído, que já estava sentado, reclamando baixo, desejando trucidar Didz.
                - Você está bem, moço? – Perguntou um rapaz, com a face preocupada. Hiel reparou que ele tinha olhos verdes e penetrantes. Ficou ligeiramente envergonhado.
                - Hã... O quê?
                - Xiii, eu acho que ele não está bem não – afirmou o segundo rapaz. Este era mais baixo que o primeiro, os cabelos no tom de trigo reluzindo ao sol. Apesar das diferenças os dois tinham aparência de bom grado aos olhos de Felipe. (Nota do autor: ficou tooooda cagadjéénha huahuahua)
                - Acho que a queda foi muito forte. É melhor levarmos ele ao hospital – disse uma das moças. Esta também tinha uma beleza com o ar da riqueza. Mas Hiel retomou a compostura.
                - Não, gente! Podem ficar sossegados! Eu estou bem hehehe! – ele ficou de pé e apontou para a árvore – Foi a “loka” do meu amigo que me jogou de lá de cima ¬¬!
                - Ah, Felipe, você estragou tudo! – Didz desceu da árvore, se colocando ao lado do amigo. Descartou totalmente a idéia anterior de drama ao dar o cu. Realmente, neste ponto Hiel não faria cena. – O plano foi por água abaixo! E não me compare com a Loka!
                - Quem mandou me chutar da árvore? u.u Ta vendo?! Ta vendo?! Agora seremos presos e executados! Culpa sua.
                - Aqui está mais para um bacanal universitário do que sadomasoquismo! E como fomos descobertos, terei de matá-los – Didz apontou para o grupo à sua frente, que não entendia nada da situação presente. Todos estavam com cara de interrogação. Didz prosseguiu:
                - *Papillon des Enfers - Na mão de Didz surgiram borboletas negras e arroxeadas, cada uma delas atacando um universitário. Elas entraram no corpo deles deixando uma marca simbólica. Eles caíram no mesmo segundo.  (*Papillon des Enfers: Borboleta do inferno)  

                - Não precisava fazer isso, Didz! Agora sim seremos pegos! Sem contar que fiquei toda cagada com os rapazes - disse Hiel olhando os meninos estirados no chão.
                - Menos falatório e mais ação, Felipe! Vamos pegar as roupas e adentrar no bordel! Eu fico com o do moreno de olhos verdes!
                - Ah não! Eu vi primeiro! – Hiel foi logo até o corpo do rapaz, fazendo objeção enquanto o Serviço Secreto e os funcionários do bordel mal notavam a presença deles.

  No escritório de Alexandre, Gaby-chan e Dudy aguardavam impacientemente pelo retorno de Betz e Papha. Eles tinham planejado roubar o cartão de acesso da sala de contenção de Neko-chan a fim de ver JP de perto. Beténho e Papha saíram há vários minutos, causando em Dudy e Gaby uma ansiedade desconfortável.
                - Estão demorando... .Será que aconteceu alguma coisa?
                - Espero que não, Gaby-chan. Também não gosto dessa demora – Dudy batia os dedos na mesa enquanto via Gaby andar de um lado para o outro – Quer parar de andar pela sala?! Fico mais nervoso só de olhar pra você!
                - Não consigo ficar parada! Se Neko-chan descobrir, vou tacar pedras e assim ela perde a memória! – retrucou Gaby-chan, meio pensativa, enquanto Dudy imaginava se a mãe de Gaby não batia nela quando criança por pensar dessa forma. Dudy teve as divagações interrompidas com a chegada dos amigos. Ele e Gaby enrijeceram o corpo, esperando a resposta
                - Conseguimos! Já temos o cartão de acesso! Respondeu Papha, com o cartão em mãos, triunfante.
                - E porque demoraram tanto! Dudy e eu quase tivemos um colapso nervoso!
                - Gaby-chan quase fez um túnel de tanto que andou por esta sala – concordou Dudy, afundando na poltrona.
                - Tivemos um pequeno contratempo, só isso! – PBP deu de ombros
                - É verdade ¬¬ - concordou Papha, guardando o cartão ao andar pela sala – Enquanto eu distraia Neko-chan, Betz foi procurar pelo cartão no escritório dela.
                - Achar o cartão nem foi problema – prosseguiu Betz – O problema foi eu sair da sala dela, pois Neko-chan não saía da porta enquanto conversava com Papha. Tive de me esconder e esperar enquanto ele tentava tirá-la de lá.
                - E o que você disse a ela pra distraí-la? – perguntou Dudy, curioso.
                - Falei sobre a Myuki-chan – respondeu Papha com um sorriso nos lábios – Joguei um verde e ela caiu direitinho! Todos nós sabemos que as duas foram pegas no flagra, se atracando, por Alexandre e Lolla-chan!
                - Ah nem me faleee =/! Eu perdi isso! Estava bêbada na altura do campeonato pra tentar gravar algo delas. – disse Gaby-chan, de forma lamentadora – E estava gravando Betz se esfregar em Justin, mas não passou disso u.u! Muito fraco.
                - Foi fraco porque ele não queria ir mais longe ¬¬! Se fosse por mim... Hehehe!            
                - Ai, ai... Homossexuais ¬¬! – resmungou Dudy, se remexendo na poltrona.     
                - Garota do banheirão!
                - Nossa, Betz, não força a amizade! – engatou Papha, fazendo careta!
                - Vamos parar com o diabo no corpo, vocês! Temos um problema aqui! – interrompeu Gaby-chan. (Nota do autor: Momento Alejandro) (Nota do editor: ela aprende rápido)
                - É, temos sim. A travequinho superpoderosa. 
                - Dudy, não é hora de incorporar a drag idosa ranzinza! – Gaby-chan virou-se para Papha – Temos o cartão de acesso, mas não tenho nem idéia de como chegar lá. =/
                - Isso não é problema, Gaby-chan! Neko-chan ficou tão distraída quando conversei com ela que me disse onde fica a sala! Pode deixar comigo porque já tenho tudo planejado!
                - Sugoi! VAMOS! VAMOS! – Gaby-chan saiu em disparada, puxando Papha pelo braço e deixando Beténho e Dudy comendo poeira.



                - Tem certeza de que é este o caminho, Didz? – Hiel estava parado diante dele, fazendo bico.
                - Não se preocupe, Meow! Sei bem onde estamos!
                - E onde estamos, sabe-tudo ¬¬?
                - Estamos... .Bem... .Na área aberta da faculdade, ora essa!
                - AAIII, eu sei que estamos no campus! É vergonhoso você não saber pra onde devemos ir! Já esteve aqui antes! É por isso que Rod é meu socialite, porque ele sabe ir pra qualquer canto do mundo! É um GPS humano!
                - ¬¬!
                - Ok! Ok! Estou exagerando! Mas ele saberia localizar o JP! (Nota do Autor: Sou socialite dele porque essa biscate não presta nem pra olhar no Google Maps! Tente sair com ele pra uma balada que não conhece e você verá o inferno que eu passo!)
                - Rodji não está aqui no momento, está? – Felipe fechou a cara e Didz prosseguiu – E não é pra menos que ele conhece isso aqui de cabo a rabo, porque já deve ter feito sexo em todos os cantos com o ex Karenzitous dentro desse bordel! E imagino que tenha feito com outros também, na minha humilde 
opinião HAHAHA! – Didz desatou a rir, chamando atenção de outros universitários do campus – A drag Rogéria Elbom passando o rodo por aqui! (Nota do Autor: Piada interna XD)

                - Ai, como você pode dizer uma coisa dessas do Rod, Didz! Ta na cara que ele foi fiel ao Karenzitous!  u.u
                - ACORDA, Felipe! Acha mesmo que alguém seria fiel num lugar desses?Olhe ao redor – Didz estendeu os braços para a escadaria da faculdade, onde vários alunos uniformizados andavam ou conversavam em grupos fechados. Hiel não sabia quem era mais bonito ou mais gostoso, a mente - e outras coisas – pegando fogo com a indecisão.
                -É, Didz, você tem razão. 9.9. Seria impossível ser fiel num local como esse.
(Nota do editor: só se for pra vocês, né? =-^-^-=)
                -Viu do que estou falando?Pode ter sido fiel de alma, mas de corpo? HAHAHAHAHA! NUNCA!
                -Estou me sentindo desconfortável aqui 9.9. Não podemos ir para outro lugar? (Nota do Autor: Desconforto= Hard Dick) (Nota do editor: couro e hard gay? HADO GAY!! zo/)
                - Espera, estou pensando! – Didz virou as costas para Felipe, observando a escadaria do campus – temos que encontrar um local que dá acesso ao subterrâneo. Se não me engano, Alexandre possui uma base própria. Vi uma área restrita indicada na planta do bordel quando o invadi em busca da fita.
                - Hum... .Ç_Ç – concordou Hiel, meio distraído com um aluno da faculdade que olhava disfarçadamente pra ele.
                - Tenho uma idéia, Meeow! Espere um só um segundo!  - Didz saiu em disparada, antes que Felipe tivesse tempo de fazer qualquer intervenção. Ele viu seu amigo subir os primeiros degraus da escada larga, se dirigindo a um grupo de estudantes. Seu sangue foi a mil quando o moço que flertava com ele estava vindo na sua direção! “Didz, vem logo!” – pensou ele enquanto o estudante chegava mais próximo dele. Hiel possuía uma timidez tremenda, principalmente naquele tipo de situação. Ele encostou-se no pilar próximo dele para não sair correndo e deixar Didz sozinho.
                - Hã... .Oi! ^_^ - disse o moço, próximo de Hiel – Eu e meus amigos notamos que você não é daqui. Você é calouro, não é mesmo?
                - Ééé... .Não! S-Sim! Sim! Sou novo aqui!
                - Ah, eu sabia! Também estou começando hoje, aqui na faculdade!  - em seguida, ele estendeu a mão – A propósito, meu nome é Matheus.
                - P-prazer. Meu nome é Hiel - di-digo, Felipe! – Hiel retribuiu o aperto forte de Matheus, reparando no seu porte atlético e sentindo o perfume sedutor dele. Além disso, tinha o olhar penetrante, barba por fazer e ombros largos.
                - Hiel? Que nome engraçado haha! Confesso que acharia muito estranho se você não falasse seu verdadeiro nome em seguida.
                - Ah, foi mal! ^ ^”É que normalmente falo meu apelido. Muita gente me chama de Hiel! Se bem que me chamam de tanta coisa hehe! Meu amigo, Rod, me chama de Hachiko, outros me chamam de Feh, outros de BM, Meow...
                - Quanto nome pra uma pessoa só hahaha!
                - Ah, você não viu nada, queridinha! 
                - Hã?
                - Nada não, deixa pra lá! Às vezes, falo besteiras sem nexo rs!
                - Isso porque, à primeira vista, você me pareceu tímido.
                - Mas eu sou tímido. 9.9
                - Mas você está conversando comigo.
                - Porque você veio até mim pra puxar assunto! Eu nunca chegaria assim, do nada, pra conversar com alguém. Não sou como o Didz, que é mais espontâneo – Hiel apontou para um grupo de estudantes, com quem seu companheiro Subaruba conversava animadamente.
                - Ele é calouro também? – Perguntou Matheus, olhando na mesma direção em que o dedo de Felipe apontava.
                - É sim! Mas já nos conhecíamos antes de entrarmos aqui  ^_^” – Felipe sentiu uma pontada de culpa por dizer mentiras. Matheus era uma pessoa muito legal.
                - Então ele não terá problemas em se virar por aí, não é mesmo? – Matheus deu um sorriso, deixando Felipe sem reação.
                - A-acho que não 9.9
                - Então o que acha de irmos até a lanchonete da faculdade enquanto seu amigo estiver ocupado? Já que ele foi maldoso e deixou você sozinho aqui...             
                 - Não! Ele não me deixou sozinho! Ele pediu pra esperar aqui! E não me importo, pois já te falei que sou tímido.

- Pois não parece – Matheus ficou mais próximo de Felipe, emitindo outro olhar penetrante – E então, você vem comigo?
                - Eu... – Hiel ficou preso ao olhar de Matheus, perdendo a noção das coisas ao redor. Tudo parecia mágico, encontrar ali a pessoa dos sonhos, o homem enviado pela santidade Subaru. Era bom demais pra ser verdade. Contudo, seus pensamentos voltaram à realidade quando ouviu uma conversa estridente vinda do pilar oposto ao seu. No mesmo instante em que Hiel era imaginariamente paquerado pelo estudante que ele mesmo batizou de “Matheus”, Gaby-chan, Betz, Papha e Dudy passavam pela área aberta do campus, indo para a sala de contenção. Porém, a primeira fez os outros pararem, a fim de discutir melhor o plano.
                - Meninos, eu acho que esse plano não dará certo! Mesmo que tenhamos o cartão de acesso, os seguranças acharão estranha a nossa entrada na sala de contenção!
                - Não, porque eu tenho o álibi perfeito nesse tipo de situação, Gaby! Pode ficar despreocupada!
                - Tem certeza, Papha?!  - Gaby não se sentia completamente segura. Poderia ser descoberta e poderia ser castigada. Hiel ficou intrigado com o grupo, observando-os atentamente.
                - Vamos repassar o plano! Eu estou acompanhando Papha e Dudy porque sou a nova estagiária do C.C.O.E.
                - Certo! Você é minha assistente, o Betz é secretário de Dudy, e os dois trabalham em conjunto comigo. Vamos interrogar JP sobre as avarias feitas no EVA.
                - Pronto, pessoal! Revisão concluída! Não sei por quê ficar repassando o plano. Quem vai se expor mais é o Papha.
                - Ele faz isso porque você é um inútil! Não toma iniciativa pra nada! Já imagino quem seja a passiva da relação naquele vídeo kkkk!
                - Gaby e Dudy! Nem comecem! Vamos sair daqui porque estamos chamando atenção! – PBP iniciou a caminhada, empurrando o resto do grupo - Circulando!
                O grupo finalizou a discussão em direção à sala de contenção enquanto as pessoas olhavam com curiosidade. Hiel ficou estático, apenas acompanhando o grupo passar por ele.
                - Meeow! – Didz apareceu, após conversar com o pessoal próximo da escada – Consegui algumas informações que vão nos ajudar a encontrar JP! 
                - Não vamos precisar, Didz... .9.9
                - Hum? - Didz já achava Felipe esquisito, mas agora achou ele mais estranho ainda. – Hiel, volta pra Terra! – Didz notou um cara olhando-o da cabeça aos pés – Ah, bee! Agora eu vi! Tá de pegação com os universitários daqui HAHAHA! Sua perva!
                - Ai, meu Koo, Didz! Esquece o Matheus!
                - Nossa! Como sabe o nome dele se nem o vi sair do lugar! Bee, você vai ter que me ensinar esse poder de ler mentes HAHAHA!
                - DIDZ! Esquece o que os universitários te falaram e me escuta! – Hiel agarrou os ombros do amigo, meio desesperado. Prosseguiu:
                - Acabei e ouvir a conversa daquele grupo logo a frente – Feh apontou para Gaby e os outros enquanto Didz acompanhava com o olhar – Eles estão indo onde JP está! Temos de segui-los!
                - Tem certeza, Felipe?
                - Sim, tenho! Eles estão indo pra lá!
                - Ah, então vamos! – Didz foi disparado, junto com Feh, atrás do grupo mirim.


                Neko-chan parecia andar nas nuvens após conversar com Papha, perdendo toda a concentração no trabalho. “Finalmente terei Miyuki-chan só pra mim.” XD – divagava a mulher-gato, deixando de lado todo o serviço acumulado. Seu divertimento foi interrompido por um Oompa-Lompa de cara amarrada. Ele tinha em mãos um nextel.
                - Neko-Chan! – chamou o atarracado pela primeira vez. A mulher-gato não deu atenção. Começou a saltitar e a miar de emoção, movida pelo siricutico da paixão (Nota do Autor: Juro que a rima não foi intencional). O Oompa-Lompa perdeu a paciência.
                - NEKO-CHAN!
                - MIIAAU! O QUE QUE É?
                - Telefone. Parece que um dos funcionários dos funcionários do S.S.L.E  acharam algo suspeito.
                - O que será, hein?
                - Não sei. Não entraram em detalhes – O Oompa-Lompa passou o nextel. A felina pegou o aparelho, ainda constrangida.
                - H-hai!?
                - Neko Musume, aqui é do S.S.L.E. – eles dificilmente informavam o nome – Encontramos cinco universitários em estado de putrefação. Acreditamos que o bordel foi invadido.

- Tem certeza? Como podem ter entrado?
                - Sim, temos. Fomos designados para trabalhar no jardim do prostíbulo, onde ocorreu a batalha do Sr. Alexandre com JP. Nossa defesa ficou defasada.
                - Encontraram alguma evidência? – Neko-chan estava tensa. Não queria ouvir o que já suspeitava.
                - Há uma marca tribal, de característica estranha, nos corpos das vítimas. Precisamos da sua autorização para busca de intrusos no bordel. – Neko-chan emitia stress pelo nextel. Ela era a responsável durante a ausência dos superiores.
                - Preciso ver a situação antes de causar alarde. Onde as vítimas foram localizadas?
                - No jardim do bordel, próximo à praça.
                - Ok! Estou a caminho!



                - E agora Didz? Como vamos entrar?9.9 – Hiel estava quase em um momento de desespero quando notou que a porta para a sala de contenção exigia cartão magnético. Didz não parecia preocupado.
                - Simples, Meow! Vou explodir a porta.
                - Não! Ta loka? Quer ser pego, por acaso? O alarme dispara e aquele mutirão de agentes faz o cerco na gente! Seremos presos, torturados, e...
                - Tá, tá, já entendi! ¬¬ Mas ficaremos aqui pra sempre se formos esperar alguém abrir essa porta!
                - É verdade. 9.9 De qualquer forma seremos pegos!
                - Você não está ajudando, Meow! Stress pra mim é falta de sexo, e isso não me ajuda nem um pouco.
                - Está bem! Não digo mais nada. u.u
                - Melhor. – Didz andava de um lado para o outro, pensativo – É estranho não ter uma câmera de segurança por aqui. Se este lugar dá acesso até JP, eles foram muito descuidados!
                - Provavelmente acharam que ninguém iria dar importância, por colocarem como depósito restrito na porta. Como aqui é um local de distribuição, esse álibi veio a calhar.
                - Pensava que você era um inútil, Hiel, mas até que você pensa um pouco HAHAHA!
                -  ¬¬
                - Tive uma idéia, Hiel.
                - Ainda bem porque não tenho idéia alguma além de sair que nem louca destruindo tudo 9.9
                - A senhora é bem violenta, hein! Não chegaremos a este ponto. Não agora. – Didz tinha um sorriso tão perverso no rosto que Felipe prendeu a respiração. Aquilo era pior do que destruir tudo.


 


                Papha, Dudy, Betz e Gaby estavam aliviados, ao conseguirem passar pelos seguranças da sala de contenção. O departamento foi instalado próximo do hospital do prostíbulo, ligado a área hospitalar do C.C.O.E. Foi um interrogatório de meia hora, mas parecia que tinha durado seis horas.
                - Para maior segurança, será permitida a entrada de uma pessoa no local. Os outros terão que aguardar do lado de fora.
                - Compreendemos perfeitamente – concordou Papha, apontando para Gaby-chan – minha assistente será nossa porta-voz.
                - Correto. Sigam-me. – O agente responsável os levou até uma grande área circular bem iluminada, com seguranças e câmeras de vigilância preenchendo o perímetro. O local era todo branco, com exceção da porta de metal que guardava o prisioneiro. Gaby-chan ficou de prontidão enquanto a porta de metal era acionada. Os outros engoliam o nervosismo para não revelar o disfarce.
                - Seja breve, senhorita – disse o agente para Gaby
                - C-certo! – a jovem acenou, entrando no recinto. Um corredor branco se abriu diante dela, revelando no final uma sala de vidro reforçado.
                 JP estava deitado tranquilamente na sua cama quando viu a porta se abrir. O vulto tomou mais formato à medida que se aproximava. JP sentou-se na cama ao ver que era uma garota, não um agente. “Eu conheço essa menina” pensou o prisioneiro, fitando a jovem. Gaby-chan ficou nervosa por ser observada daquela maneira tão direta. Sentia-se praticamente nua.
                - P- pare de me olhar assim! Nunca viu uma mulher antes?

- Você é a garota do yaoi - não era uma pergunta e sim uma afirmação.
                - Estou cansada de ser chamada assim! Ò_Ó
                - Não sou adivinho, garota. E o que veio fazer aqui? – JP voltou a se deitar. – Se veio me filmar, está perdendo seu tempo. Não tem canal pornô na TV pra eu me masturbar.
                - Não vim aqui pra te filmar! Cansei de ser uma inútil.
                - O que quer dizer com isso? – JP focalizou Gaby-chan novamente, compreendendo que o comentário foi mais pra si do que pra ele.
                - Quero saber o que são aquelas ataduras no braço do Alexandre. Depois da sua luta com ele percebi que ele anda muito abalado com isso.
                - Ah – JP ficou de pé, começando a caminhar pelo recinto – Provavelmente ele está usando um curativo espiritual pra diminuir os danos causados pela minha magia.
                - E como se retira isso?
                - HUAHUAHUAH! Acha mesmo que pode ajudar seu Alexandre? Uma mera humana sem poderes!
                - Pro seu governo eu tenho poderes sim! Tenho um coração flamejante como mineral regente!
                - HUAHUAHUAHUA!  E ainda não conseguiu ativar os poderes dele?  VOCÊ É RUIM MESMO!
                - ESTOU TENTANDO, OK?! Já não basta ter perdido a aposta, não sou obrigada a ouvir sermão de você! Ò_Ó
                - Que aposta, menina?
                - Meu mestre disse que, se eu conseguisse ativar o poder do mineral regente, eu poderia viajar com ele. u.u . Mas os três dias de prazo se passaram e eu acabei ficando. =/
                - Não conseguiu HUAHUAHUA!  MUITO RUIM!  DESISTA, GAROTA YAOI!
                - Pode rir o quanto quiser! Pelo menos não estou presa HÁ!
                - Ei! – JP ficou sério, de repente - Então veio aqui pra saber como se ativa o mineral?
                - Eu já tentei, de todas as formas, ativar a energia espiritual dentro do mineral, mas nada funciona. Não sinto nada fluir. – Gaby encostou o ombro na parede – Gostaria de ser mais útil ao mestre.
                - Hunf. – JP deu de ombros – Acha mesmo que pode entrar no meio dessa guerra?
                - E por que não?
                - Se diz isso, então está preparada pra morrer – JP esboçou um sorriso sombrio – e principalmente matar.
                - M-matar?!
                - Sim, matar! Acha mesmo que seus amigos entraram nessa pensando na sobrevivência de todos? Negativo! Eles também não descartam o resultado de sujar as mãos de sangue para saírem vivos.
                - Isso não é verdade! – a garota sacudiu a cabeça, tentando tirar as idéias de JP da mente – Eles são... .Eles são diferentes!
                - Como pode ter tanta certeza, garota? Como pode acreditar num ser humano com extrema bondade? Isso não existe! Todos possuem um lado ruim. Você é muito ingênua em acreditar piamente nessa utopia.
                - Não sou ingênua! Sei muito bem que o ser humano é capaz de tudo, mas não acredito que matar faça parte do espírito deles!
                - Isso faz parte do espírito de todos. Está no instinto! A lei do mais forte. Numa situação desesperadora as pessoas ficam tão obcecadas em viver que fazem qualquer coisa, inclusive matar. - JP fuzilava Gaby-chan com triunfo nos olhos. - “Ela está caindo” – pensou, enquanto a garota expressava uma face duvidosa. O medo percorria toda a espinha dela, o semblante ficando quase da cor das paredes daquela sala.
               


                Do lado de fora da sala de contenção, os meninos esperavam ansiosamente pelo retorno da amiga. A coisa parecia se complicar mais com tantos agentes ao redor, a tensão reinando pelo silêncio dos agentes. Beténho, o mais preocupado dos três, foi até Dudy, cutucando-o de leve:
                - Não sei você, mas sinto que Gaby está há uma eternidade lá dentro – cochichou ele  – Parece que a palavra “trapaceiro” está bem visível na minha testa.
                - Na minha está escrito “fraude”.
                - Shhh! Menos alarde, vocês dois! – retrucou Papha, entrando na conversa – Gaby-chan vai sair a qualquer momento, tenha calma! – Papha parecia dizer isso mais para si mesmo do que para os amigos.
                - Algum problema, senhores?  - perguntou um dos agentes, desconfiado.

- De forma alguma! Estamos apenas ansiosos pelo retorno da minha assistente. Precisamos dos relatórios o quanto antes.
                - Deseja que eu vá buscá-la?
                - N-não! – engasgou Papha na mesma hora. Mas logo tentou contornar a situação retomando a postura – Acho que não será necessário, ela virá logo logo.
                - Somente mais dez minutos. Após esse tempo o alarme dispara automaticamente.
                - Ok – concordou Papha, suspirando de alívio. A situação parecia ter amenizado no local. Contudo, outro inconveniente se instalou quando a porta do salão veio abaixo. Um baque de doer os ouvidos alertou a todos no recinto, Didz e Hiel adentrando no recinto tranquilamente.
                - Acho que erraram na decoração daqui! Poderiam ter colocado uma pintura lemon nessas paredes. O que acha, Felipe?
                - Siimm! Uma coisa bem dark e gothic style com roupas de couro sensuais e chicotes e algemas *pula* com vários corpos sensuais e... .
                - ¬¬
                - Ok parei 9.9
                - PARADOS! – doze agentes estavam diante deles, apontando rifles espirituais de alto poder destrutivo.
                - C-como eles conseguiram chegar até aqui? – disse Betz, ficando mais branco que a sala.
                - Nos seguindo – respondeu Papha, nervoso. – Os agentes não darão conta dos dois.- ele fechou o punho tentando se controlar, tremia quase freneticamente. O agente encarregado se aproximou dele.
                - Não me diga que eles são...
                - Sim. Dragões Subaruba.
                - É, Agora fodeu!  - disse Dudy, ficando junto de Papha – E agora?
                - Agora é a morte! – retrucou PBP, dando chiliques – Estamos fadados a isso! E eu que nem realizei meus sonhos!
                - Só nos resta lutar, Dudy – respondeu Papha, ignorando Betz totalmente enquanto observava a cena logo à frente. Nenhum dos dois parecia se preocupar com os agentes. Tinham o semblante despreocupado e tranqüilo.
                - É, Hiel. Fomos totalmente pegos! Teremos que matá-los!
                - Haai! ^_^
                - MELHOR NÃO MOVEREM UM DEDO. QUALQUER AÇÃO INAPROPRIADA E MEUS HOMENS ESTARÃO PRONTOS PARA ATIRAR!
                - É mesmo? – retrucou Didz, em tom de deboche. Estava achando a cena muito divertida. Sempre relacionava as lutas ao prazer que tinha pelo sexo. Para ele, sexo e lutas estiveram muito próximos. Bastou somente um olhar para que Felipe entendesse a tática do amigo.
                - Não nos subestime... – Didz elevou os braços, se espreguiçando tranquilamente. Saraivada de tiros de energia fuzilaram os dois intrusos, a fumaça se elevando ao redor do ambiente.
                -... Vocês não sabem com quem estão lidando. ^_^  - Hiel completou a frase e diante deles o enorme Schild Umma*se projetara protegendo-os dos tiros. (*Schild Umma: Escudo Umma, no original. Umma refere-se a umas das cidades da História da Mesopotâmia)
                - PAPILLON DES ENFERS – Didz estava no meio da porta com os braços estendidos na parede. Borboletas em tribal deslizaram por ela fantasmagoricamente, atacando todos os doze agentes em questão de segundos.
                Dentro da sala de contenção, Gaby e JP podiam ouvir sons da batalha. O prisioneiro deu um sorriso de satisfação, deixando a garota intrigada.
                - Qual é a graça?
                - Vieram me resgatar.
                - Não tem como passar pela segurança!
                - HUAHUAHUA! COMO PODE TER TANTA CERTEZA, GAROTA? – Esbravejou JP, num misto de ira e alegria – ELES JÁ ESTÃO AQUI! É QUESTÃO DE TEMPO ATÉ ENTRAREM NESTA SALA!
                - ò_ó – Gaby-chan não conseguia ter argumentos diante dele. Sentia-se totalmente desarmada. Deu as costas pra ele, indo à direção da porta.
                - Se pensa que vai conseguir ajudá-los, perdeu seu tempo. Sem poderes, você é apenas um peso morto – as palavras de JP se cravaram fundo na mente da garota, fazendo-a parar. Ele a tinha dominado totalmente.
               
                Hiel desfez o escudo automaticamente. Andou entre os agentes quase mortos sem demonstrar culpa alguma.

- Acho que deixamos os meninos assustados, Didz. ^_^   Eles nem se movem de tanto medo. – falou Hiel encarando Papha e Dudy – Quer que eu me livre deles pra você?
                - Mas é pra se livrar deles e não abusar deles! Já vi como a senhora é perigosa HAHAHA! 500 tipos de algemas no quarto!
                - Guys, não acreditem nele! 9.9 É tudo mentira!
                - Pouco importa – redargüiu Papha, trêmulo – Mesmo que sejam Subarubas, sair daqui é a última coisa que a gente fará!
                - Vão lutar? – perguntou Didz, ironicamente – Já aviso que ao contrário de mim, Hiel é realmente sanguinário.  
                - 9.9 Mentira!
                - Como o Papha disse, pouco importa! – Dudy ficou a um passo do amigo – Já sabemos que vocês são Dragões Subarubas e isso já é o bastante!
                - Errado! – disse Neko-chan, caindo diante deles. Um compartimento no teto justificava como ela chegou até ali – Quando se trata deles – Neko-chan apontou o dedo de Didz para Hiel – Nunca se deve subestimá-los.
                - Ne-neko-chan!
                - Eu mesma, Papha! – a mulher-gato voltou-se para os inimigos – Uma pena eu ter chegado tarde demais. Todos estão bem?
                - Por enquanto – afirmou Dudy, ficando estranhamente feliz ao vê-la –  
                - Então deixe que eu cuido disso. Vocês não são páreos para eles – na realidade, nem ela tinha força para derrotá-los, mas mesmo assim tomou a dianteira:
                - Cinco corpos foram encontrados no bordel do jardim com a mesma marca tribal no formato de uma borboleta – Neko-Musume apontou para um dos agentes com a face marcada – Tive de confirmar minhas suspeitas de que o dono dessa magia era você, Didz. O filho legítimo da Deusa Hécate.
                 - Tomaria cuidado ao dizer o nome de minha mãe, mulher-gato!
                - E seu fiel servo – os olhos dela mudaram de direção – Hiel Kazuni. Aquele que detém o 

poder de invocar todas as armas e nas suas veias o sangue de...  



(Brimks do editor. Voltando...)
- E seu fiel servo – os olhos dela mudaram de direção – Hiel Kazuni. Aquele que detém o poder de invocar todas as armas e nas suas veias o sangue de...



- Sabe muito bem, mulher-gato – interrompeu Didz, num tom brusco – que ao dizer o nome de quem se teme dará mais poder ao proprietário; ainda mais se tratando do Felipe!              
                - O que ele quer dizer com isso, Neko-chan?
                - Simples, Dudy. Um nome é revestido de poder. A entidade ou objeto a ser nomeado passa a exercer a sua função de acordo com sua alcunha. – Neko-chan encarou novamente Hiel – E, no caso dele, que é um servo, isso é mais perigoso ainda.
                - Servo? Como assim? – perguntou Papha, ficando confuso. Betz estava tão nervoso que mal saía do lugar.
                - Didz é o meu mestre – respondeu Felipe, antes de Neko-chan – somos competidores de uma guerra sagrada em busca do cálice sagrado.
                - Não se esqueça de dizer que fomos campeões na última guerra, Meow! Deu um pouco de trabalho, mas conseguimos realizar parte do nosso desejo.
                -Verdade. ^_^
                - Mais um motivo pra não ficar confiante. Mas isso acaba aqui! – Neko-chan tirou uma cápsula do bolso do short e nas mãos dela um chicote se materializou. Didz tomou a frente, juntando as palmas das mãos. Uma adaga reluzente de prata tomou forma.
                - Hiel, quero lutar com ela.
                - Hai! XD - Felipe deu espaço a Didz, ficando atento aos movimentos de Papha e Dudy. Dava pra sentir o nervosismo deles, mesmo sendo muito sutil; totalmente diferente do agente encarregado e do jovem atrás dele. Era um terror e medo do qual Hiel até ficou com pena.
                - Se afastem, meninos – Neko-chan empunhou o chicote com firmeza em mãos, acumulando toda energia possível.
                Didz não se fez de rogado ao investir contra Neko Musume. O movimento foi muito rápido. Em questão de segundos os dois tinham cruzado a sala.
                - Até que você não é má lutadora, conseguiu me acertar – o filho da deusa tinha cortes visíveis no braço e no rosto.
- Digo o mesmo... .- A ferida de Neko-chan estendia-se do ombro ao antebraço, o sangue manchando o piso branco. Era evidente que ela não agüentaria por muito tempo. Mesmo assim ela deu comando ao chicote e este foi de encontro ao inimigo. Didz desviou com maestria, ficando mais próximo de Neko-chan, a adaga reluzente pronta para o segundo bote.
                - NEKO-CHAN! – gritou Dudy no exato instante em que uma explosão rosada cobriu os lutadores. Só então ele notou que Papha estava com o braço estendido, aguardando Jibak* (*Jibaku-kun, no original. Espírito guardião de Bucky, a grande criança Primas do primeiro mundo do anime com o mesmo nome). Hiel dissipou a fumaça e o mesmo escudo medieval protegia seu mestre. Neko Musume aproveitou a oportunidade e se esquivou dos inimigos, ficando próxima a Papha e Dudy novamente. Os garotos tiveram que pegá-la para que não caísse no chão, o ferimento no braço mais aberto do que nunca.
                - Melhor deixar isso comigo, Neko-chan. Você já não está mais em condições de lutar.
                - Mas Papha, não temos chance alguma.
                - Eu sei... .Temos que fazer o possível – Papha virou-se para Dudy – Cuide dela.
                - Papha, ela acabou de dizer... .
                - Cuide dela, Dudy! – O amigo ficou de costas pra ele – Eu ficarei bem.
                Do lado oposto da sala, Hiel desfez mais uma vez o escudo.
                - Deixe que eu cuide do resto, Didz. Mano Yeah* pode ter muitos truques na manga. ^_^ (*Nota do Autor: É assim que Hachiko chama o Papha pelo MSN)
                - Está achando que sou fraco e posso morrer?
                - Claro que não 9.9. Mas como sou seu servo tenho que te proteger u.u
                - ¬¬ Não gosto nada disso! Darei um tiro no autor! (Nota do Autor: ele vai me odiar compulsivamente por isso XD)
                - VAI, JIBAK - Papha novamente lançou o espírito guardião em Hiel causando uma explosão maior que a anterior.
                - Não vai funcionar, Mano Yeah* ^_^ - Felipe se protegeu com o escudo mais uma vez – posso invocar qualquer armamento ou escudo ao menor sinal de perigo. Não vai conseguir me acertar.
                - Tem certeza? – Papha estava atrás dele com o punho direito direcionado para a espinha de Hiel.
                - Tenho. ^_^ - Felipe fez o golpe de Papha parecer uma filmagem em câmera lenta. Ainda de costas ele apenas repeliu o ataque com o braço direito seguido de um puxão. Papha cambaleou, ficando frente a frente à Hiel, os olhos mal notando uma lança aparecer no ar diante dele.
                - *Deichsel der Lugal – um corte transversal fez jorrar sangue para todos os lados fazendo o garoto quase perder os sentidos. (*Deichsel der Lugal – Lança de Lugal, no original. Lugalzagesi foi o antigo rei de Kish que conquistou a cidade de Umma.)
                - PAPHA! – Dudy não agüentou mais ficar parado, vendo o amigo cair.
                - Ji-jibak... . – como último desejo de seu mestre, o espírito guardião apareceu nas costas de Hiel.
                - Hum? - Outra explosão atacou Felipe e o som ecoou pelo salão; Dudy se viu obrigado a recuar. Quando a fumaça começou a diminuir, Jibak apareceu rolando nos pés dele, a imagem do amigo estirado entrando em foco.
                - MALDITO! LEO NAMAEUS!  – O garoto avançou sem nem ao menos pensar nas conseqüências, a fúria e o ódio fazendo-o invocar seu Kudan mais poderoso: O Leão de Neméia.
                - Um Kudan? Nossa, Meow, esse é forte! – Didz observava a luta, um pouco surpreso ao ver um enorme leão atrás de Dudy - Duvido você acabar com ele HAHAHA
                - Pode ficar sossegada porque não vou precisar da sua ajuda u.u!
                - ¬¬

                - Eu... .Eu não agüento ficar parada! Droga! Por que nunca tenho o que quero na hora certa!? – Gaby-chan andava de um lado para o outro, pensando em como ativar seu poder latente. JP apenas se divertia vendo a menina se frustrar mais e mais.
                - De qualquer jeito, não vai adiantar. Mesmo que ative seus poderes, acha mesmo que pode nos enfrentar?
                -... – A jovem não sabia o que responder. E nem precisava. Ele estava certo quanto a isso. Sair dali e tentar ajudar é o mesmo que cometer suicídio. Mas ainda sim ela se prendia a qualquer fio de esperança, por menor que fosse ele.

                - *RUDO LEONIS! – uma estrondosa energia saiu da boca do lendário leão, obrigando Hiel utilizar novamente o escudo Umma (*Rudo Leonis – Rugido do Leão, no original.)


- Great Knife! – a zanpakutou de Hiel apareceu no alto, atacando o leão de Neméia e cancelando automaticamente seu ataque. Duddy sentiu suas costas rasgarem ao mesmo tempo em que Great Knife golpeava Neméia. O Kudan desapareceu e Dudy estava prestes a cair, mas Hiel agarrou seu pescoço antes dele colocar os joelhos no chão.
                - Esse seu poder é perigoso – sussurrou Felipe no ouvido do garoto. O sangue pingava nas costas dele. – Mas lhe dou os parabéns. Meu escudo estava começando a rachar – num movimento brusco, Hiel jogou Dudy contra a parede, fazendo várias rachaduras. O local corria um sério risco de ruir.
                - Ei, Meow! – falou Didz, apontando para Betz e o agente encarregado – Matamos eles também?
                - Ai meu koo, Didz! Vamos ver o JP! Quero sair logo daqui!
                - É vocês tiveram sorte! – Didz foi até a porta da sala de contenção a fim de alcançar o Felipe. Betz foi engatinhando até Neko-chan, a gata quase inconsciente pela grande quantidade de sangue que tinha perdido. O alarme começou a disparar.
                - Neko-chan, acorde!  NEKO-CHAN! – Beténho tinha a voz embargada, pois não sabia como agir. O agente encarregado estava de pé, atônito, sussurrando coisas mais pra si mesmo do que para PBP.
                - A menina! – disse ele, saindo do transe e entrando na sala de contenção
                - Ei! Espere!  - falou Betz, em vão. O Agente já havia atravessado a porta.





FIM DO FLASHBACK




                Gaby-chan não conseguia se mover. Em poucos instantes estava mirando JP, decidida a sair dali, e depois presenciara a morte do agente encarregado, pelas mãos de Hiel. Ele trespassou o corpo do agente, formando uma cratera em seu peito. Logo atrás dele vinha Didz.
                - Olha, Meow! Por acaso não seria a protegida de Alexandre?! O que ela faz aqui?
                - Deve ter vindo gravar um vídeo sexy do JP hihihi *sorriso*
                - ELA VEIO ME ENCHER O SACO, ISSO SIM! DÁ PRA PARAR COM A PORRA DA SOCIALIZAÇÃO E ME TIRAR DAQUI?               
                - Hiel, dá licença porque agora o trabalho é comigo! Mais um tiro no autor porque minha função foi rebaixada nessa novela. - Didz encostou na porta de vidro enquanto reclamava -  A Meow luta, se diverte e eu faço o quê? Quebro vidro de prisão!
                - PARE DE RESMUNGAR, SUA BREJEIRA, E ME TIRA DAQUI!
                - Se não parar de reclamar, vou te deixar aí ò_ó
                - Acho melhor se afastar, nee-chan ^_^ - Hiel colocou o braço delicadamente na frente de
Gaby-chan, esta ainda sem reação. Didz colocou as duas mãos no vidro, desfazendo toda a kekkai.
                - Pronto! Desfiz a barreira! Se bem que Yuuko seria mais útil. Ele que possui essa especialidade. Eu sei matar e foder! HAHAHAHA! - Didz limpou as mãos e o vidro foi quebrado por JP como se fosse feito de papel.
                - Tem razão, o Yuuko é quem tem esse poder. 9.9 Eu queria ele aqui conosco.
                - E o que faremos com a menina? Matamos?
               - Já estou cansado dessa história, Didz! Que droga, você só pensa em matar! ò_õ
                - E você que vive sonhando acordado, achando que bofe vai cair do céu! Vai morrer freira! E olha que fica miando pela casa de swing inteira querendo pinto e não acha um!
                - PUTA QUE PARIU, VAMO EMBORA E PAREM COM ESSE SHOW DE VIADAGEM! DEIXEM A MENINA AÍ PORQUE ELA É PESO MORTO!
                - Koo u.u
                - Porra. ¬¬
                - BORA!
                - Até mais, nee-chan. ^_^ - Hiel afagou os cabelos de Gaby com a mão ensangüentada. Os três estavam de saída quando Betz apareceu na porta.
                - S-soltem a Gaby-chan!
                - HUAHUAHUAHUAHUAHUA QUEM É ESSE AÍ? NAMORADO DELA?
                - Presta atenção, JP! Olha a cara de bichinha de desconto que ele tem! Não existe coisa mais drag que isso!




- Na-não sou bichinha de desconto! – retrucou Betz, tomando coragem – E se avalie melhor porque sua voz de Vanuza equivale a todos os meus trejeitos ò.ó! (Nota do editor: MORRI DE MECHAS, TERRAAAAA ADORAAAAAADAAAAAAAA)
                - HUAHUAHUAHUAHUA DIDZ VOZ DE VANUZA!  – JP empurrou Betz para fora da sala de contenção - EU TE ACHEI GOSTOSINHO! ACHO QUE VOU TE LEVAR COMIGO!
                - Ai, JP 9.9 Não acho que seja uma boa idéia. (Hiel)
                - Se deixar essa pombinha de terreiro perto de mim, JP, é morte! (Didz)
                - Se eu tiver direito de voz ativa pra me defender, também estou de acordo com ele! – Betz apontou pro Hiel - Prefiro ficar!
                - VOCÊ NÃO TEM VOZ ATIVA COISA NENHUMA PORQUE VAI SER PASSIVA COMIGO, GAROTO!  AGORA VEM!
                - Solte ele!
                - Nee-chan acordou! ^_^
                - Até que enfim essa garota abriu a boca!
                - QUER A MINHA PUTINHA? VENHA PEGAR ENTÃO!
                - Não, Gaby-chan! Fique onde está!
                - Beténho! Já cansei de fugir! Não quero mais me esconder! Mesmo com medo, farei o que for possível para proteger os meus amigos!
                - Ah lá vem essas frases clichê de adolescentes querendo falar bonito! JP, vamos embora porque essa menina... AAHH, MEU OLHO!  Agora eu MATO!  - ameaçou Didz, tapando o olho esquerdo com a mão devido a pedrada que levou de Gaby- Chan.
                - ò_ó
                - Vamos ver do que essa menina é capaz – JP soltou PBP, deixando-o com Hiel – Terá que passar por mim pra ter seu amigo de volta.
                - OK! – Gaby-chan correu desajeitadamente até JP, pensando inúmeras formas de desferir um golpe. Porém, ao tentar chegar perto de JP, já fora empurrada longe apenas pela energia dele.
                 - E ENTÃO, GAROTA! ESTOU ESPERANDO! – JP viu a menina se levantar com dificuldade, novamente indo na direção do oponente. Mais uma vez ela foi arremessada na parede pela energia maligna dele.
                 - Gaby-chan, pare!
                - Não, Betz ...- a menina se levantou outra vez – Eu não vou parar.- Ela estava tomando fôlego pra correr quando sentiu uma mão no seu pulso.
                - Não, Gaby – disse Neko-chan ajoelhada. Qualquer esforço ainda era muito penoso. – Desista.
                -... - A garota se desvencilhou da mão dela, fazendo um esforço descomunal pra correr. A respiração chegava a ficar descompassada e a visão, turva. Ela sabia que no momento não poderia fazer muita coisa. Tinha ciência de suas limitações físicas. Contudo, ela não se permitia desistir. Quando estava bem próximo a JP, esperando ser empurrada pela energia maligna dele, uma luz intensa surgiu entre os dois.
                - MAS QUE POR... - JP teve que fechar os olhos porque a luz era forte demais. Hiel e Didz recuaram, ficando próximos da saída.
                - O que... - diante de Gaby-chan estava o coração flamejante que ela havia deixado na sala de Alejandro. Ele a protegia, emanando uma energia descomunal. Uma voz imponente rugiu em seus ouvidos.
                - SUA PERSISTÊNCIA E DETERMINAÇÃO PARA PROTEGER AQUELES QUE HABITAM EM SEU CORAÇÃO É A PROVA DE QUE MERECES O MEU PODER! EU, O MASHIN RAYEARTH,* RECONHEÇO E ACEITO O VALOR DE VOSSOS NOBRES IDEAIS E A FORÇA DO VOSSO ESPÍRITO INQUEBRANTÁVEL!  - o coração flamejante se transformou num enorme lobo em chamas, entrando no corpo de Gaby. Um orbe vermelho apareceu nas costas da mão direita dela, o calor do corpo ficando mais intenso do que o normal. (*Frase tirada do volume 2 do mangá Tsubosta XD) (Nota do editor: CRUCIO!)
                - Quem diria! – exclamou Didz, surpreso – Não é que a garota do yaoi tem poder?!
                - Nee-chan tem o poder das chamas! *O* Nossa, foi tão lindo – afirmou Hiel, com os olhos brilhando enquanto segurava PBP. Este, por sua vez, olhou torto para Kazuni. “Depois sou eu a putinha afeminada né?” – pensou ele, inconformado. Seu pensamento fora interrompido ao sentir sua mão ser puxada bruscamente.
                 - Agora que tem poder, te lanço um desafio! – JP ergueu Beténho como se ele fosse um fantoche – SE TIVER PODER SUFICIENTE PARA ME VENCER, VENHA RESGATAR SEU AMIGO!
                - Quero ele solto, AGORA! – Violentas chamas emanaram da jovem como o mar agitado. Elas se alastravam como se tivesse vida, ameaçadoramente prontas para engolir JP.


- JP, vamos embora! - Hiel protegeu a todos das chamas com seu escudo, saindo do campo de visão de Gaby. Didz e JP fizeram o mesmo.
                - EI! VOLTEM JÁ AQUI ò_ó
                - GABY-CHAN!
                - Neko-chan – a jovem olhou para trás, percebendo o esforço que a mulher-gato fazia para ficar de pé. Seus amigos estavam inconscientes e os agentes já não existiam. O lugar estava praticamente desabando, mas ela não podia deixar Betz para trás.
                - Eu preciso ir.
                - É... perigoso d-demais.
                - Não posso deixar o Betz, Neko-chan. Me desculpe.
                - Gaby! – Neko Musume perdeu o equilíbrio novamente, a ferida aberta latejando freneticamente.

                Gaby-chan correu atrás deles, mas os três eram muito rápidos. Quando estava ficando para trás, o orbe em sua mão brilhou e várias chamas brotaram dele. A menina viu as chamas tomarem a forma do lobo, que a encarava. Sabendo o que precisava fazer, Gaby-chan montou em seu protetor e rapidamente chegou  no elevador, percebendo que ele não fora usado. Pior, ele fora estraçalhado. Gaby saltou pelas paredes do fosso do elevador em seu encalço, ainda montada em Rayearth.
Os invasores deixavam rastros de sua passagem.  Eles se moviam numa velocidade que ela ainda tinha dificuldade para executar, mesmo montada no Mashin. Quando finalmente chegou à superfície, sentiu a chuva forte molhar seu corpo todo. Percebeu também que o alarme só tocava no subsolo, pois não havia sinal de alerta na parte térrea. Ela estava passando pelo Campus do bordel quando viu uma luz negra vinda do jardim.
                - O portal – ela correu com mais rapidez até o local, chegando somente na hora em que vira JP atravessar para o outro lado. Sentiu-se mais uma vez derrotada, mas o espírito guardião a fez levantar: “ENQUANTO MANTIVERES A FÉ E O CORAÇÃO NAQUILO QUE DESEJAS PROTEGER, ESTAREI SEMPRE AO TEU LADO.”
                - Então é hora de iniciar nossa jornada, Rayearth! Vamos resgatar PBP – Gaby-chan fechou o punho, elevando sua energia ao máximo e Rayearth avançou na direção do portal. Em questão de segundos eles foram engolidos, deixando somente rastros de chamas malignas.


Continua...     





Ending . “chAngE” – Miwa (Especialmente para a Gaby-chan!  =-^-^-=)
























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