terça-feira, 27 de abril de 2010

A JORNADA

As nuvens no céu tinham um aspecto estranho. Elas passavam avidamente diante do sol, bloqueando seus raios mornos, deixando o dia um pouco menos quente. Tokiko sentia alívio ao se refrescar nas fontes naturais da casa de Swing. Era um local particular bem decorado, as fontes interligadas umas as outras como uma fonte de abastecimento. Flores de cerejeira e folhas verdejantes decoravam o local, caindo delicadamente nas fontes, chão e jardim. Tokiko estava sentada na borda da fonte, saboreando sakê de morango, ao mesmo tempo em que deslizava seu pé sobre o peito nu de Segawa Keiichi. Ele estava de pé, apenas observando-a, o corpo esguio tateado pela moça de cabelos rubros.
- Precisa relaxar, meu jovem. Criar raízes seria um desperdício para uma pessoa tão nova.
- Sei ¬_¬
- E não há como fugir do seu destino. Tu és a relíquia com o poder de interferir no futuro da humanidade.
- Destino...
- Isso mesmo. Seu destino. Aceite a missão que lhe foi dada e lidere os seis arautos de sua serventia. A alma que repousa em você dará início à mudança no mundo.
- Eu já entendi... Cansei dessa história. – Keiichi tirou o pé de Tokiko da sua barriga – Durante esses três dias foi o que eu mais ouvi. Histórias! Histórias e feitos dos quais nem me lembro! Impossível, eu ter machucado o Shun!
- Não, meu querido, não é. Se Drico-Sama estivesse aqui, iria te mostrar a verdade através do sonho, o quão real fora a sua luta. E a cicatriz marcada no seu rosto não nega o fato – Tokiko apontava o dedo para Segawa, destacando o vestígio de luta na face esquerda do jovem – Vai me dizer que não sente nada diferente desde o dia do ritual?
-... – Keiichi não podia deixar de concordar, pois sabia que algo em si mesmo estava diferente. Desde o momento de lucidez, uma mudança no seu corpo e na sua mente o atormentava.
- Você carrega o peso do destino. Seu futuro foi definido desde o dia em que cruzou com o Kamui dos Dragões do Céu.
- Kamui... – Segawa olhou para o céu, notando a movimentação das nuvens e a passagem dos raios de sol entre as brechas. Lembrar de Kamui despertou sentimentos antigos enterrados há muitos anos. Ele nunca imaginara fazer parte de algo do qual Kamui Shirou estava envolvido há tempos.



Fabio Mayfair bebeu um gole de H2K, se distraindo com as pétalas de cerejeiras aterrissando no chão.
- E então, Fabio, – Justin chamava a atenção do amigo, esperando ele virar a próxima carta de tarô – o que diz a próxima carta.
- A próxima carta é – Fabio virou-a – a carta do enforcado. ._.
- E o que significa?
- Significa culpa, arrependimento, castigo justo e passividade. O enforcado carrega a culpa e está feliz por pagar o preço por isso – Fabio pensou, analisando as outras cartas viradas – Vendo que a carta do Carro, Roda da Fortuna, do Louco e do Diabo estão juntas, indica uma transformação drástica na sua vida. As coisas parecem acontecer de forma muito rápida.
- Está me confundindo mais ainda aspodkaspokdpoask.
- Hudsahuhusduhdssda. Até então a carta do Carro indica um rumo a ser tomado e determinação naquilo que se pretende cumprir. A Roda da Fortuna indica uma mudança na sua vida, realizações e surpresas nesta futura jornada. Porém, essa determinação aparece de forma precipitada, irresponsável e impulsiva; característica primordial da carta O Louco. Após isso vem a carta O Diabo, que está invertida, indicando fatalidade e mau uso da força. E isso nos leva à carta O Enforcado, aquele que paga o preço pela culpa que carrega – Fabio fitou nos olhos Justin – Não indica bom sinal.
- Como se eu acreditasse nisso aspodkas.
- Deveria. ._. As cartas não mentem.
- Certo, mas sobre o quê as cartas querem me alertar?
- Preciso virar a penúltima carta. ._.
- Vire-a – Justin sentia algo estranho naquelas previsões. Apesar de ver muita coisa fora do comum, não acreditava em destino. Onde ficavam as próprias escolhas, afinal. Fabio virou a próxima carta.
- O próximo arcano maior é a Morte u_u.
- O.o !!
- Waa
- Eu não vou morrer!
- É o que as cartas revelam u_u.
- Impossível. Tem certeza?
- Vai depender da última carta. Na verdade, não indica se é sua ou de outro alguém. Até agora seu futuro revela mudança, evolução. Porém, a precipitação levará você ou alguém para a fatalidade. E um preço será cobrado por isso, e este preço é a morte. XD
- Então vire a última carta!
- Pra quem não acredita está muito ansioso. ._.
- Quero ver que fim mentiroso você vai me revelar aspokdpoask.
- Ei, meninos! Acho que descobri como funciona o portal – Justin e Fabio desviaram a atenção das cartas para Lolla-chan. Eles estavam aproveitando a tarde calorosa enquanto esperavam por Alexandre e Ichihara Yuuko. Lolla-chan também esperava com eles, analisando o portal criado pelos Subarubas.
- E como ele funciona? – Fabio e Justin se aproximaram do portal.
- Para qualquer um com poder de chamar um portal, normalmente o acesso a ele é restrito somente ao dono – disse Lolla-chan, acompanhando a descrição de um livro que tinha em mãos – Quem atravessar o portal cai em qualquer dimensão.
- E este aqui possui muita diferença?
- Sim, Justin, muita. Tente entrar no portal – Lolla-chan esboçava um sorriso sapeca.
- Não gosto da sua cara. o_o
- Vamos! Confie em mim! ^^
- Ok – Justin entrou no portal, sumindo de vista. Em poucos segundos, ele apareceu.
- Ué?
- XD~
- Exatamente, meninos – disse Lolla-chan, afastando uma mecha do rosto – este portal não permite a qualquer pessoa usá-lo.
- E qual é o segredo, Lolla-chan?
- Somente aquele com alto poder maligno pode usar o portal. Como o Justin utiliza somente energia espiritual, atravessar a dimensão não é permitido. Eu também não conseguiria atravessá-lo porque fui treinada somente com magia branca. =P
- Eu posso atravessar o portal. ._.
- Você? – Justin tinha um ar de deboche na voz – Nunca na minha vida vi você utilizando energia maligna, somente a espiritual.
- É porque evito usá-la u_u – Fabio deu de ombros – mas também herdei a magia negra. Está no sangue da família Mayfair há séculos. XD~
- E como vou atravessar o portal?
- Acho que não vai XD! Vou sozinho. ._.
- ¬¬
- Seguindo uma linha de raciocínio sobre o portal, uma pessoa dotada deste poder, normalmente, pode levar uma pessoa ou várias com ela – Lolla-chan pensava alto, colocando o dedo indicador no queixo – Desde que estejam juntos.
- Como aconteceu com o Segawa – concordou Justin, exemplificando – Ele foi levado inconsciente pelo portal por aquele Subaruba com roupa do exército.
- Exatamente. Mesmo Keiichi, que possui energia maligna de Kamui, atravessou o portal sem ativá-la. Isso indica uma possibilidade de alguém com bastante magia negra interceder pela pessoa que não possui, podendo levá-la.
- E quanto ao Alê, Lolla-chan? Não vi a alma pinguça dele até agora. Do Shun nem se fala!
- Alexandre está na base tecnológica preparando o nosso transporte e Shun decidiu ficar treinando mais um pouco na sala disponibilizada pelo Ra... – Lolla-chan parou de falar. O clima pesou entre eles durante vários segundos. Ninguém sabia o que dizer, a amargura era muita para fazer qualquer comentário. Fabio quebrou aquele silêncio incômodo.
- Não temos tempo pra ficar divagando. u_u Está na hora de chamá-los para o início da viagem. Yuuko pode chegar a qualquer momento.
- Eu vejo como está o Shun – Justin saiu disparado sem pensar duas vezes.
- Vou até o meu aposento porque deixei meu celular lá. Assim ligo pro Alê e verifico se está tudo pronto.
- Beleza. – Fabio viu Lolla-chan sair apressada do jardim, feito um furacão. Ele deu um suspiro, observando o portal enquanto as flores de cerejeira iam e voltavam por ele. Seu pensamento deslocou-se para longe dali, ignorando a movimentação do SSLE, pedreiros, decoradores e alguns faxineiros que limpavam toda a bagunça causada na luta entre Alexandre e JP. Tudo isso era ignorado pela mente de Fabio. Estava apenas direcionado a uma pessoa: Raul. Não conseguia esquecer aquela cena, por mais que tentasse. Relembrava perfeitamente o dia em que perdera seu amigo. De repente, uma voz familiar o fez sair do transe.
- Você já foi mais atento, Mayfair
- E você já foi menos sorrateira XD~ - Fabio voltou para o mundo real, ficando de costas para o portal – Quanto tempo, Yuuko.
- É Fabio, quanto tempo... . – Ichihara Yuuko tinha a mesma aura etérea desde a última vez que se encontraram. Seus cabelos ondulavam com a brisa daquela manhã ensolarada, o portal da feiticeira das dimensões se fechando atrás dela.


- Mestre! ò.ó Pare de me enrolar! Por que não posso ir?
- Já disse, peste! Você não cumpriu a sua parte do trato – Alexandre andava de um lado para o outro no seu escritório, arrumando todas as coisas para a viagem. Gaby-chan estava sentada na poltrona do seu mestre, emburrada, o coração flamejante pulsando em cima da mesa. A garota se remexeu na cadeira.
- Você me enrolou! Essa é a verdade! Ficou de blá, blá, blá esses três dias só pra eu não ir nesta viagem com vocês!
- Mar, Gaby-chan! Mar! Eu não tenho culpa se você não conseguiu despertar o poder do seu mineral regente! – Alexandre tocou o dedo indicador no coração pulsante de sua pupila – E você concordou com o nosso trato: despertando o poder do mineral regente em três dias você iria conosco para Alberta.
- Eu sei! ¬¬
- E como você não conseguiu tal façanha, não pode ir com a gente. u_u – Alexandre pegou o copo de cerveja em cima da mesa e deu um gole. Gaby-chan levantou de supetão da poltrona dirigindo-se até a porta. Deu de cara com Neko-chan e saiu sem dizer palavra alguma.
- Miaaauuu! Bom dia pra você também, garota! – a mulher-gato entrou na sala – O que deu nela, Xandynho?
- Ta endemoniada. ¬¬ - Alexandre deu outro gole na cerveja – Ela não conseguiu cumprir o trato. Por isso saiu daqui cuspindo o fogo do inferno.
- Entendi, Xandynho – respondeu Neko-chan, indo até a estante de Alexandre – Adolescentes.
- É. Nem me fale. Gostaria de levá-la comigo, mas não posso garantir total segurança a ela. Não temos idéia de como é Alberta e do perigo existente por lá. Ainda mais por causa deste imprevisto. – Alê mostrou o braço direito engessado.
- Por falar nisso – Neko-chan pegou um retrato da estante – JP já foi transferido da ala hospitalar para área de contenção. Mandaram-no para lá faz poucos minutos. Quem é esta pessoa na foto contigo? – Neko Musume mostrou o porta-retrato com Alexandre e uma pessoa ao lado, bem mais baixa do que ele.
- É o meu mestre. u_u
- Que baixinho!
- O que tem de baixinho no tamanho tem de grande como carma insuportável! Sofri nas mãos desse desgraçado! Ahai! - Alexandre foi até a porta – Cuide de tudo enquanto vou à sala de contensão. Vou interrogar aquele pervertido.
- Mas, Alexandre...! – a mulher-gato nem viu seu chefe sumir de vista – Por que ele faz tanta bagunça?


Shun estava na sala de treinamento, concentrando energia espiritual em grande quantidade. A sala disponibilizada por Raul tinha um sistema operacional capaz de reproduzir as mais variadas situações climáticas. Também era possível programar o efeito gravitacional do ambiente, elevando até três vezes a gravidade da Terra dentro daquele ambiente. Assim como Fabio, Shun tinha o pensamento longe. O coração pesava ao pensar em Karenzitous. Como se a esperança tivesse abandonado a todos, os mais cegos agarrando firmemente a idéia de que Raul estava vivo. Sendo assim, Shun se considerava totalmente cego. De repente, ouviu uma batida na porta. Ele relaxou o corpo, caminhando até a entrada e abrindo-a.
- PC? =O.Õ=
- Shun?! – Justin parecia surpreso – Você está... diferente. – Shun estava muito diferente de três dias atrás. Os braços e tórax mais rijos, a barriga, apesar de continuar ali, estava mais firme. O rosto mais expressivo e o olhar compenetrado.
- Atualmente tenho mais músculo que gordura, nada de mais. XD
- Como conseguiu tudo isso em três dias?
- Graças à tecnologia de ponta desta sala. – Shun abriu mais a porta dando passagem a Justin – Lolla-chan teve a incrível idéia de alterar o efeito climático da sala e aumentar o tempo para o treinamento.
- E como ela conseguiu fazer isso?
- Graças àquilo – Shun apontou para um relógio enorme pregado na parede - Este relógio é um feitiço de Lolla para prolongar o tempo. Como três dias não iriam me ajudar muito, ela prolongou cada hora normal lá fora equivalente um dia aqui dentro desta sala. =--^-^=
- O QUÊ?
- Enquanto vocês não me viam por três dias, eu não vejo vocês há umas setenta e dois dias. XD
- O.ô . Então o treinamento foi bastante instrutivo.
- Instrutivo sim, mas pesado. =u.u’=
- Pesado? Com Lolla-chan? aspodkaspokd.
- Sim, muito pesado. Não sei como estou vivo até agora.
- Tem certeza de que falamos da mesma pessoa?
- Sim, tenho. Nunca fui tão castigado nesses dois meses e meio! =’>_<=

FLASHBACK – 3 DIAS ATRÁS


Lolla-chan conjurava um feitiço desconhecido aos ouvidos de Shun. Um imenso relógio foi colocado magicamente na parede enquanto a garota esfregava as mãos, satisfeita.
- Pronto! Tempo alterado! Agora temos muito mais do que apenas três dias! ^ ^ Hora do treinamento!
- Já? =ô.o=
- Não podemos perder tempo! Quanto mais cedo você despertar sua energia espiritual, mais cedo posso ensinar novas técnicas de combate e magia – Lolla-chan ergueu o braço direito para o alto – WINDAM!
- =T-T= - o enorme Mashin apareceu diante de Shun. Ele empunhava a espada com ferocidade aguardando o comando de sua dona. Shun deu dois passos para trás – Lolla-chan você está invertendo a ordem do treinamento. Primeiro é a teoria e depois a parte prática.
- Nem sempre, meu querido Shun. Isso varia de acordo com cada pessoa. O poder real nasce diante do perigo real. ^ ^ - Lolla-chan apontou para Shun – WINDAM! ATAQUE! – O Mashin voou até Shun sem pestanejar, este desejando sumir daquela sala e lançar um laser na sua mestra.

FIM DO FLASHBACK


- Lolla-chan pegou pesado kaspokdpoas!
- Nem quero lembrar. =U.U=
- Quem diria! Nossa amiga Lolla-chan, carrasco! Até fiquei com medo. – Justin tomou um ar malicioso – Se bem que... Hum... Carrasco... Chicote... Aspodkaspokdpoask!
- Justin! =Õ.Ó=
- É... . Bem! Vim aqui porque o Fabio pediu para te chamar, assim como Alexandre, para a viagem – Justin ficou mais sério – Yuuko está vindo. Está na hora.
-... – Shun meneou a cabeça confirmando e olhou para o grande relógio – É, está na hora.


Gaby-Chan estava entediada. Mais do que isso, estava emburrada. Mesmo sabendo do trato considerava a negação de Alexandre injusta. Tinha vontade de jogar o coração flamejante longe, mas tinha deixado ele no escritório da sede. Beténho, Papha e Dudy estavam com ela. Todos estavam sentados nas poltronas da recepção do C.C.O.E, os meninos confortando a garota.
- Nada de deprê, amiga! Sei muito bem como é a situação! Sempre desejei glamour com poderes, mas nunca me deram a devida atenção!
- Provavelmente porque seria esquisito uma travesti lutando HAUHUEHUAHEU!
- Pior que isso, Dudy, é o Betz lutando com as pernas de sabiá de fora! Seria o fim! PSAKPSAKPAKAP!
- HUAHUAHUA! Betz perna de sabiá!
- Gaby-chan, isso é mentira deles! =O Eu nunca seria assim! u_u
- É verdade, Gaby. Ele não seria isso não – concordou Dudy cutucando Papha, fazendo-o parar de imitar uma gralha – Ele seria mais uma travequinha super poderosa! PSAKPSAKPAKAPKASPKASPKASPS!
- HUAHUAHUAHUAHUA!
- MENTIRA! MENTIRA! =O Parem com isso! – PBP batia os pés freneticamente e tinha a face toda corada de vergonha.
- Ui! Ui! Ui! Travequinha ta nervosa, Dudy!
- “Raio Purpurina”! AUEHAUHEUAHEUAHUE!
- HUAHUAHUAHUA! HUAHUAHUAH! – Gaby-chan rolava no chão de tanto rir, chamando atenção das pessoas ao redor.
- NÃO TEM GRAÇA! Não tem graça! Parem ou eu conto pra Gaby o caso do banheirão! – Dudy e Papha mudaram de expressão na hora.
- Caso do banheirão? Agora eu quero saber! Conte-me, Betz! Ò.ó
- É mentira dele, Gaby-chan! ‘-‘
- É, ele está inventando essa história! ‘-‘
- Foi muita invenção minha quando as câmeras do C.C.O.E registraram a polêmica pegação de dois funcionários no banheiro! (Nota do editor: “SHOCKED*) Alexandre levou uma bronca de Karenzitous que o deixou sóbrio durante dias! A fita foi pirateada pelo bordel inteiro!
- KYYYYAAAAAA! Eu quero essa fita!
- Fique tranquila, amiga! Tenho a fita deles guardada e faço uma cópia pra ti – Beténho deu um sorriso malicioso – A pegação deles é quente, honey! Você ovula horrores! Um troca-troca fogoso que você nem imagina! Ai, que calor!
Gaby-chan tirou uma mini-câmera sabe-se lá de onde, filmando Papha e Dudy:
- Fiquei inspirada! Vamos! Comecem a pegação!
- Nem vem, sua tarada! Ta me estranhando? Pare de filmar a gente!
- Só quando vocês começarem com o sexo ao vivo, Dudy u.u! – a garota mudou a câmera de direção – Ande Papha, tire a roupa do Dudy!
- Vamos, bees! Tirem a roupa!
- Striptease é especialidade sua, PBP.
- Vimos você se acabando com o Justin na festa do Alexandre!
- Ah, nem vem! As duas se atracam no banheiro e dão uma de santa do pau oco pro meu lado? Sem mencionar que nem vi os dois direito na festa! Foram se pegar escondidos, aposto!
- Eu também não os vi. Já tinha bebido todas também. Agora é uma ótima oportunidade pra revelarem todos os segredos sexuais de vocês. – Gaby-chan voltou a filmar Papha e Dudy – Pelo menos assim me distraio u.u. Apesar de não acompanhar o pessoal na viagem, terei tempo para despertar o mineral regente.
- Também teremos mais liberdade com o Alexandre fora da sede ‘-‘ – Dudy abriu uma barra de Chockzitous, mordendo um pedaço grande – Neko-chan é muito mais fácil de passar a perna do que ele XD.
- O que você achar de levarmos a Gaby para ver o tal prisioneiro, Dudy? – Papha afanou o chocolate do amigo.
- Não acho uma boa idéia ‘-‘
- Eu também não! Arrepio-me todo só de pensar em visitar um criminoso!
- É por isso que você não serve pra ser uma travequinha superpoderosa, Betz!
- Estamos falando de um Dragão Subaruba, honey! Não de um delinquente qualquer! – PBP apontou para Dudy, chamando a atenção de Gaby – Vá na onda deles, meu bem, e você volta como atriz mexicana! Cruzes!
- Não invente, PBP! Gaby-chan decide – Papha observava a garota com brilho nos olhos – E então, Gaby? Topa?
- Hum – a jovem olhava para um Dudy indeciso (não sabe se quer pica ou xana) , um Betz temeroso ( pergunte a ele se teve medo de dar o rabicó) e um Papha confiante (bee decidida) – Ok. Depois que o mestre e os outros saírem, vamos ver o tal Dragão Subaruba. (Nota do editor: AIN?)


Na área de contenção o segurança digitava o código de acesso para a liberação da porta de adamantium. A luz vermelha acima da porta ficou verde. O segurança baixou temporariamente a kekkai revestida na porta e deu passagem para Alexandre. Este sentiu um certo incômodo com a escolta exagerada, mas não podia se queixar; JP sempre fora uma pedra no sapado desde o tempo de Guerra Perva. Prevenção nunca é demais.
- Ele está no final do corredor, Sr. Alexandre.
- Beleza – Alê entrou, empurrando a porta. A poucos metros de distância, separado por uma redoma de vidro, JP estava deitado na cama expressando tranqüilidade. O ambiente dispunha de um banheiro, uma mesa e cadeira para as refeições, livros e uma televisão. Alexandre se aproximou do vidro, notando um forte encantamento conjurado para o prisioneiro não ativar qualquer tipo de energia das trevas. “O Serviço Secreto de Limpeza Espiritual anda prestando pra alguma coisa ultimamente” – pensou Alejandro, vendo JP sentar-se na cama. Este fitava a pessoa do outro lado do vidro com curiosidade, principalmente para o braço engessado.
- E aí, Alexandre! O seu braço melhorou?
- Seu cu, veadinho!
- HAHAHA! Meu cu está melhor que seu braço, aposto! – JP coçou o queixo, incomodado com a barba mal feita – Me sinto até virgem de novo!
- ARRE!!! Sua vida sexual não me interessa nem um pouco!
- Já era de se esperar que você não viesse pra tomar vinho e rememorar os tempos de Guerra Perva. Quer saber o que aconteceu com o seu braço.
- Desembucha. u_u
- Mashoutsukai*
- Mashoutsukai... .
- Já deve ter ouvido falar e não tenha entendido bem como funciona – JP coçou o saco, procurando uma posição mais confortável na cama – Esperava mais de você, Alexandre. Cruzamos-nos algumas vezes durante a Guerra Perva e já sabe a minha filosofia.
- Só escárnio ¬¬
- Diga isso ao seu braço podre HUAHUAHUAHUA!
- Vou é acabar com tua raça, sua puta de esquina! OLHA PRÁ CÁ!
- Desde que envolva sexo... . – JP mexeu no membro, por cima da calça branca – Vamos contar uma historinha pro Xandeco!
- Veadinho maldito! ¬¬
- Mashoutsukai significa praticante da natureza maligna. As pessoas com domínio na arte das trevas podem causar um efeito de degeneração e decomposição avançada nas pessoas que são atingidas por ela. E já aviso: não conheço nenhuma cura e mesmo que soubesse não diria qual é.
- Arre! – Alexandre fechou o punho esquerdo. Estava confirmando uma informação dada por Lolla-chan.



FLASHBACK – 2 DIAS ATRÁS

- Huumm... . – Lolla-chan observava minunciosamente o braço direito de Alexandre – Interessante.
- O.o? – Alexandre acompanhava o olhar curioso da sacerdotisa.
- Huuuuummmm... .
- O quê? – Alejandro estava perdendo a paciência – Diga alguma coisa, minha filha!
- Só um segundo – Lolla-chan virou-se pra Mokona – Moko-chan, o livro.
- Pupupú pupupú! – a bolinha branca abriu a boca, cuspindo um livro de capa dura, negra, para Lolla. Eles estavam na ala hospitalar do C.C.O.E, analisando o efeito causado pela magia de JP no braço de Alexandre. Neko-chan também estava presente no recinto, aguardando a resposta de Lolla-chan. Após passar o efeito do anestésico e da bebida, as dores se tornaram freqüentes e a pele ,em carne viva. A febre era constante, causando falta de disposição e fome. Alejandro ficou acamado do primeiro dia até Neko Musume tirar Lolla-chan da sala de treinamento. Lolla-chan olhava atentamente o livro ao dizer tais palavras. Prosseguiu:
- Essa doutrina surgiu quando não existia a barreira no Makai e os monstros tinham total acesso ao mundo dos homens. Muitos Yokais de energia avançada tinham tanta energia maligna que um humano normal não agüentava ficar próximo. Muitos morriam em contato próximo com esses Yokais. Os humanos começaram a possuir a doutrina através do atavismo maligno.
- Atavismo maligno? – Neko-chan fez cara de interrogação – Nunca ouvi falar. =u.u=
- Atavismo maligno é quando um humano é descendente de um yokai – respondeu Alexandre, suando frio – O veadinho do JP teve um yokai poderoso como parente.
- Púúuu!
- É Mokona, isto é assustador – Lolla-chan voltou a analisar o livro – Como JP possui o sangue de demônios poderosos, a doutrina na arte das trevas acaba afetando a pessoa de diversas formas.
- No caso do Xandinho é a enfermidade.
- Correto, Neko-chan ^_^. É doença através da energia maligna. No fim das contas, não deixa de ser conjuração de magia negra. A diferença principal é devida ao seu uso. Ele sempre deixa a energia ativada pra não se dar ao trabalho de proferi-la.
- E quanto à cura? Existe uma cura para o braço do Xandinho?
- Existir, existe. Só que... – Lolla-chan baixou os olhos fechando o livro.
- Só quê? – insistiu Alexandre. Lolla deu um suspiro triste
- Há um mantra capaz de retirar a maldição de Alexandro, porém, para isso, é necessária uma grande quantidade de energia espiritual
- Miau!
- *O*!
- Púuu!
- Não se animem. O mantra é considerado uma lenda perdida há muitos anos. Pouco se sabe sobre a doutrina. Muitos yokais da classe avançada dizimaram humanos com energia espiritual purificadora, pois eles tinham a habilidade de curar qualquer enfermidade. Como a energia maligna está ligada a todo tipo de negatividade existente no mundo, a doutrina da purificação na energia espiritual é capaz de efetuar a cura, e isso implicava nas perdas de poderes dos yokais que se confrontava com tal energia. De certa forma, muitos yokais morriam quando eram purificados. Somente humanos com atavismo maligno sobreviviam – Lolla-chan jogou o livro na boca de Mokona – O que posso fazer é um tratamento para a doença não se espalhar pelo corpo e diminuir o estado em que está.
- Hum... – Alexandre assentiu. Não tinha mais nada a ser feito. Com a mão esquerda tirou o maço de cigarros do bolso, pegou o isqueiro e acendeu o cigarro


FIM DO FLASHBACK


- E aí? – JP voltou a deitar na cama, acariciando o membro por cima da calça – Vai uma chupeta aí?
- Argh!
- Estou entediado, Alexandre. Preciso de algo pra distração. Você dá pro gasto huahuahuahuahua!
- SEU HIJO DE PUTA! EU VÔ TE MATÁ! – Alexandre já tinha perdido a paciência e começou a bater no vidro com violência enquanto JP se divertia, rebolando e batendo na própria bunda.
- VEM ME PEGAR, ALEXANDRE! VEM! VEM!
- Vou acabar com a tua raça, desgraçado! OLHA PRA CÁ! - Alexandre estava a ponto de quebrar o vidro reunindo energia espiritual com a mão esquerda, mas sentiu algo vibrar no bolso da bermuda.
- Q Q É? – JP notou Alexandre abrandar a voz – Ah, me desculpe, Lolla-chan – Alexandre deixou JP de lado – Sim claro, estou a caminho ( nota do autor: Incrível como é bom o sinal do celular do Alejandro não é mesmo ^^) - desligou o telefone, dando as costas para JP.
- EI! Pra onde você vai?
- Não te interessa. Depois que voltar de viagem, cuido de você. – Alexandre foi caminhando até porta.
- Se essa viagem tem a ver com o ferreiro de Alberta, fique sabendo que os outros já estão à procura dele.
- Humf! – Alexandre apenas saiu da sala, a porta blindada fechando-se atrás dele.



- Onde estão todos? Esperava ser recebida calorosamente.
- O meu calor basta, Yuuko-san XD.
- Hohohohoho! Convencido como sempre.
- Digo somente a verdade u_u
- Você é uma pessoa intrigante, Fabio Mayfair. Quando menos se espera você corre contra a maré.
- Do que você está falando, Yuuko-san? ._.
- Um dia vai me entender – Ichihara Yuuko notou o tabuleiro montado debaixo da árvore de cerejeira – Prevendo o futuro debaixo da árvore sob o Signo da Cruz Celta?
- Sim. Somente treinando o tarô. Não foi uma leitura oficial XD.
- Huumm... . Entendo – Yuuko tinha a expressão como das mulheres da neve, seus olhos vagando da árvore de cerejeira para o tabuleiro e deste para o portal – Falta virar a última carta – Yuuko virou o último tarot invertido revelando o Arcano Maior Julgamento.
- Qual carta é, Yuuko?
- Julgamento... – Yuuko tinha o ar preocupado, mas Fabio não percebeu, tirando a atenção dela do tarot.
- Já que estou sozinho, eu tenho um pedido a lhe fazer.
- E qual seria o seu desejo? – Yuuko alisava a carta do julgamento com o indicador, a expressão indecifrável aos olhos de Mayfair.
- Quero saber se Raul está vivo.
- Tal pedido demanda um preço.
- Acho que não tenho nada no momento XD – Fabio mexeu nos bolsos da calça – somente a maconha do meu irmão._.
- Como pagamento, serve.
- Viciada. ._.
- É a única coisa valiosa que você possui no momento. Ou por acaso há outro objeto de valor mútuo?
- Não ¬¬
- Então não reclame – Yuuko segurou a maconha entre os dedos se dirigindo até o portal – Procuro uma coisa... . Uma pessoa... . Um lugar... . Procuro uma coisa... . Uma pessoa... . Um lugar... . Leve-me... . Ser alado... . Para o que busco – Uma forte energia emanou da maconha em forma de poeira e dela um pássaro gigante tomou forma e vida.
- Um pássaro?
- Sim. O nome dele é Pio. Ele irá guiá-lo até Raul.
- Uau! Que ave mais estranha! – Justin Júnior saia da entrada do jardim junto com Shun e Lolla-chan.
- Vocês demoraram u_u
- Me desculpe, Fabio, demorei pra achar o celular e tive que desfazer a magia da sala de treinamento – Lolla-chan se dirigiu até Yuuko – Como vai, Yuuko-san? Faz muito tempo que não nos vemos. ^_^
- É verdade, faz muito tempo.
- Falta o Alexandre. Cadê aquele manguaça? XD
- Ele vem com nosso meio de transporte Fabio. =-^-^-=
- Por acaso não seria aquilo? – Justin apontou para o céu e todos avistaram o meio de transporte mais incomum: Um dirigível

http://www.youtube.com/watch?v=T6zDfxZ4NcE

- Um dirigível? ._.
- Achei criativo, Fabio. ^_^
- Não esperava menos, Lolla. XD – concordou Fabio observando, o dirigível se aproximar. Ele sombreou o chão com imponência ao colocar-se abaixo do pessoal. Uma comporta se abriu, estendendo uma escada de corda até o chão. Alexandre desceu por ela sem dificuldade alguma.
- Todos prontos?
- Não mais que você, Alixando. =Ô.Õ= - Shun notara as pistolas no coldre da cintura e uma mochila de viagem pendendo no ombro direito – Precisa de tudo isso?
- Sim, é necessário. u_u
- E desde quando bebida é indispensável? Eu não sou movido a álcool! – Justin estava atrás de Alexandre feito espião, revelando a mochila com várias garrafas.
- Arre seu peste! Larga porque essas bebidas nem são pra mim e sim pra embriagada da Yuuko!
- Então você finalmente vai me dar a garrafa da vitalidade. Aceito de bom grado. *___*~~
- Nem pensar! Morro com ela a entregar minhas relíquias pra essa aproveitadora!
- Adoro estar por dentro do assunto. =’¬_¬=
- O Alê possui bebidas especiais que a Yuuko-san deseja avidamente, para deixar na sala de tesouros XD – respondeu Fabio enquanto observava o dirigível.
- Isso me lembra da vez em que o bordel inteiro arrancou a roupa em público durante a inauguração da república aspodkaspokdpoask. Tinha algo estranho na bebida que fez todo mundo perder a inibição.
- Esse dia foi lindo /666! Mas tive de livrar da garrafa porque Karenzitous me proibiu de usa-lá.
- Nem me lembre desse dia! Foi uma vergonha. =U.U=
- Eu perdi esse dia huhusduhdssda.
- Eu ainda vivia no templo nessa época.
- Eu estava no meio da orgia aspodkaspk
- Eu quase fui violentado. = U.U=
- Eu assisti tudo de camarote. Foi lindo *O*. Mas karenzitous não gostou, estava dando os pítis histéricos dele e me obrigou a desfazer a bagunça.
- Foi quando eu entrei em cena porque Alexandre não sabia desfazer a magia do elixir – disse Yuuko entrando na conversa – Pedi a ele a garrafa como pagamento pelo pedido.
- Mar! ¬¬ - Alexandre colocou a mochila no chão e dela tirou uma garrafa singular; Era menor que as outras e sua coloração de tom rubro. Ele estendeu a garrafa para a feiticeira.
- Isto serve como pagamento?
- Depende do seu pedido? – Yuuko pegou a garrafa, analisando seu conteúdo.
- Queremos que nos transporte até Alberta.
- Quantas pessoas farão a viagem?
- Três pessoas. Justin e Fabio usarão o portal dos Subarubas.
- De acordo. Como serão três pessoas dividindo o mesmo desejo, o preço a ser pago é equivalente – Yuuko alisava o elixir da morte enquanto se preparava para abrir o portal.

http://www.youtube.com/watch?v=HdNBUJgKLME&feature=related

- TODOS PRO LANGLEY FRANGUS! - Alexandre deu passagem a Shun e Lolla para subirem a escada de cordas. Fabio e Justin ficaram de frente para o portal junto com Pio enquanto Yuuko abria outra porta dimensional para os tripulantes do dirigível. Quando Alexandre começou a subir, ouviu uma voz familiar chamando seu nome.
- Alexandre, espere! – Neko-chan apareceu na entrada do jardim. Com ela estava Mokona e uma Gaby-chan teimosa. Mokona saltitou na face de Alexandre fazendo-o perder o equilíbrio e cair da escada.
- Espere eu te pegar, projeto de esperma!
- Pupupu pupupu pupupu puu! – replicou Mokona, entrando no dirigível.
- Arre! ¬¬
- Xandeco você está bem?
- Odeio esse apelido, Neko-chan!
- Seja menos arisco! Sua pupila queria te ver antes de partir.
- Hum, sei. ¬¬
- Já aviso que o portal não fica aberto por muito tempo.
- Segure as pontas aí, mulher – ele virou-se para sua pupila. – Q q é peste!? Veio pedir perdão e beijar meus pés?
- Só me diga por quê. – Gaby chan não estava para brincadeiras. Alexandre tocou o ombro dela, coçando a barba.
- Isto aqui me impede de protegê-la mais do que deveria – Gaby-chan viu o braço direito do mestre envolto em faixas, bandagens e selos espirituais, ornado com amuletos estranhos. Alexandre prosseguiu:
- Não sei o que vamos encontrar nesta viagem. Eu ficaria sem reação caso perdesse a minha primeira e única pupila. No bordel você estará segura.
- OOOHHHH MESTRE! – a garota jogou-se em Alexandre, emocionada.
- Sai, catarrenta! Vai sujar minha camiseta nova!
- Alexandre! Vamos embora!
- Pode manobrar, Shun! – Alejandro agarrou na escada móvel – Volto quando o cais permitir. ^^
- Quando voltar estarei mais forte que você, mestre!
- Nem em sonho huahuahua! BORA, SHUN!
- VOCÊ QUEM MANDA! – Shun saiu da janela do dirigível e deu partida. O Langley Frangus deu uma guinada e os propulsores laterais emanaram fogo com força total. Alexandre estava agarrado na escada, sentindo enjôo, e em poucos segundos fora engolido pelo portal junto com o dirigível. Fabio Mayfair deu um chute na grama, cutucando Justin.
- Nossa vez. Vamos subir.
- Certo. – Justin esperou Fabio montar no pássaro gigante e em seguida fez o mesmo.
- Antes de partirem – Yuuko se aproximou deles, acariciando Pio –, aviso que a função de Pio é somente encontrar a pessoa por quem procura. Após isso ele deixará de fazer parte deste mundo.
- Então tá. ._.
- Valeu à dica, Yuuko – Justin virou-se para Neko e Gaby – Até mais, meninas! Vamos trazer Karenzitous de volta!
- Se não trouxer eu mato vocês! Ò.Ó
- Aspodkaspokdpoask.
- Segure firme, Justin XD! – Fabio fechou os olhos e em questão de segundos uma energia sombria espalhou-se por todo jardim. Ele segurou firme nas penas de Pio, dando o comando para fazê-lo atravessar o portal. Rapidamente, Pio correu em direção ao portal sumindo de vista dos que ficaram no jardim. Yuuko juntou-se a Neko-chan e Gaby-chan.
- Espero que eles consigam trazer o Karenzitous de volta.
- Isso vai depender das escolhas que eles fizerem daqui pra frente. Que a fé e a coragem os guiem nesta viagem escolhida por eles. Que seus corações suportem toda a provação que está por vir a partir de agora. – Ichihara Yuuko tinha a expressão indecifrável novamente, a carta do arcano maior julgamento entre os dedos.
Assim como Gaby-chan, Justin ainda tinha esperança trazer Raulzitous de volta são e salvo. Contudo, Fabio Mayfair não tinha a mesma esperança que Justin. Estava dando um tiro no escuro e a jornada poderia ser em vão. No trajeto pelo portal, Fabio tinha viva na mente a última vez que viu Karenzitous.

FLASHBACK – 3 DIAS ANTES

http://www.youtube.com/watch?v=K0ur3B6q7Ew

- *Matô Touryuken – a mão fria e azulada de Rodji atravessou o peito de Raulzitous sem nenhuma dificuldade. Este sentiu o corpo arder e queimar por completo ,perdendo os sentidos lentamente. Fabio não perdeu tempo, avançando em Rodji.
- Hyouro no Jutsu... . – colunas de gelo em conjunto impediram a investida direta de Fabio, formando uma ameaçadora barreira. Fabio abriu caminho sem dificuldades e, ao passar pelos destroços de gelo, não avistara mais ninguém diante dele, além do portal. Apenas era perceptível a pouca energia restante de Rodji.
- ._. – Fabio acendeu mais um cigarro, perscrutando a campina. O local estava um caos de destruição, com o fogo, sangue e pilastras de gelo enfeitando o cenário.


Em Byalan chovia muito. Chuva fina de verão tropical. Colinas e montanhas salpicadas de verde eram a principal visão da ilha com formato de uma caveira. O céu nublado parecia persistir em não deixar o sol aparecer, deduzindo que o tempo continuaria com chuva por vários dias. Em certo ponto do céu nebuloso, algo parecia se distorcer e contrair, como se a própria imagem do que se via fosse um fundo falso ou uma miragem. Uma gota espessa formou-se no próprio céu, atirando Karenzitous e Rodji do portal dimensional. Eles caiam rapidamente em direção a mata fechada, o corpo de Raul descendo mais rápido já que estava praticamente inconsciente. Rodji esticou o corpo para ganhar mais velocidade, tentando alcançá-lo. Quando estava próximo de pegar nos pés de Raul, a menos de duzentos metros do chão, algo interceptou sua investida. Um grifo gigante desequilibrou Rodji, fazendo-o mudar em direção oposta, caindo direto na mata fechada. Raul estava nas garras do ser alado, mas este sentiu o efeito causado pela magia de Rodji, pois Karenzitous tinha o corpo tão gelado a ponto de queimar quem o tocasse. O grifo soltou o moribundo, fazendo-o cair na base de uma cachoeira e sumindo de vista. Raulzitous rolou inerte na parte rasa do vale ralando todo o copo nas pedras, ficando na margem do rio. Seu corpo estava em choque e mal se podia notar sinais de respiração, um dos olhos fazendo um esforço fenomenal pra ficar entreaberto. A chuva fina gotejava em seu rosto e a qualquer segundo seu fôlego de vida se extinguiria para sempre. De repente, sua mente registrou um vulto encobrindo seu rosto antes de cair na penumbra.
- O que faz estirado no chão, meu querido? – TK expressava uma face duvidosa, o olhar ingênuo, se perguntando como aquela pessoa fora parar ali.

Fim da Primeira Temporada.

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