terça-feira, 27 de abril de 2010

O Doce Perfume da Dor: A Crise

Fabio Mayfair pisava em sangue. A visão que tinha diante de si era muito desagradável e mesmo assim ele não parecia abalado.
- Chegou tarde. – respondeu Rodji notando a presença dele.
- ._. – Fabio apenas se aproximou alguns metros dando uma forte tragada no cigarro. Karenzitous estava diante dele ajoelhado, todo ensangüentado. Ele não tinha mais forças para ficar de pé e seu semblante era vazio. Seus olhos miravam o nada e parecia que sua alma fora arrancada do copo, como se ele não existisse mais. Rodji puxou os cabelos de Raul apontando o katar para o pescoço dele.
- Teria coragem? ._.
- Você duvida? XD – Fabio deu uma última baforada jogando o que restava do cigarro no chão olhando para a extensa campina. A noite estava dando lugar aos primeiros raios da manhã. O odor ao redor era de sangue e o ar parecia pesar mais ainda com o passar dos segundos. O dia seria longo se a situação não se resolvesse. Rodji firmou o katar na mão direita. Para Fabio Mayfair, o cheiro de sangue nunca fora tão inebriante.

FLASHBACK – 2 HORAS ATRÁS

http://www.youtube.com/watch?v=yMWnoJhBNF8

- MORRA ALEXANDRE! – JP avançou com toda fúria e energia maligna restante utilizando a velocidade transcendental “Perder não é uma opção. Eu preciso vencer!”. A mente de JP estava em adrenalina constante e aquele escudo não era algo pra se subestimar. Alejandro vinha na sua direção e Regalia iniciou a investida com um ataque frontal. Ele esmurrou o escudo com a energia do cero acumulada, causando enorme explosão. Destroços e poeira encobriram os dois mechas, impedindo a visão dos espectadores. Lolla-chan e Justin estavam no telhado do bordel já que a luta ocorria em terra firme. No C.C.O.E. todos olhavam para o telão esperando a poeira se dissipar. P.B.P. e Gaby-chan estavam agarrados a Neko-chan como carrapatos.
- Miaaauuuu! Parem de frescura! Desgrudem!
- Mas, o Alexandre... – disseram Beténho e Gaby-chan em uníssono.
- Sem precipitações! – retrucou Neko-chan tirando as garras da Gaby-chan e Beténho da cintura - Enquanto a equipe disser que Alexandre está bem não é motivo para desespero. Mantenham a calma, queridinhos! =^ ^=
- Neko-chan, veja! - chamou Dudy, indicando o telão – A poeira está baixando.
- A Mulher-gato voltou a atenção para o grande monitor. A cena não era das mais vantajosas. Gama estava imóvel enquanto Regalia tinha o braço direito apontado para a cabeça dele, a palma da mão pronta para o disparo.
- Não há como fugir.
- É, não há. u_u – retrucou Alexandre, sem qualquer emoção, deixando JP no cúmulo da impaciência.
- CERO! – a esfera rubra colidiu com o alvo de ataque, ocasionando um segundo tremor no local.
- Lolla-chan... Impossível! O_o
- Olhe com atenção, Justin. Veja com a energia e não com os olhos. – Lolla-chan sorria sem desviar sua atenção para a luta. Justin acompanhou seu olhar e sentiu a espinha arrepiar. Nunca sentira uma energia tão forte antes na vida. Neko-chan, Gaby-chan e PBP também estavam boquiabertos com a cena.
- Rapha Random, o que é aquilo?
- É energia direcionada, Neko-chan – respondeu o jovem, analisando a estrutura do EVA – O escudo é responsável pela liberação de energia.
- Miau! Xandynho tinha mesmo uma carta na manga! – do telão via-se a imagem nítida do Gama totalmente protegido por um campo de força esférico, Regalia imóvel ainda com o braço estendido. Todo o corpo do Mashin estava debilitado, lesões visíveis de queimaduras e partes corroídas.
- Campo... TA...
- Mar u_u
- Seu filho da... – JP não conseguiu finalizar a frase. O braço de Regalia ficou em pedaços e este desabou no chão.
- Alexandre ganhou! MIAAAUUUUU! – Neko-chan deu pulos de alegria e toda a C.C.O.E. comemorava animada. Justin estava fora de órbita e Lolla-chan beliscou o ombro dele para tirá-lo do transe. Neko-chan apertou o ponto eletrônico:
- Alexandre, venha logo para a base! Precisa tratar dos ferimentos. E traga o dono do Mashin junto!
- Marr, Neko-chan! Mar! Vamos beber! O cais mandou beber!
- Então anda! – retrucou a mulher-gato tirando o ponto eletrônico do ouvido – Hora de irmos, queridinhos! O chefe mandou comemorar! =^.^=!
Alexandre deu um suspiro, pegando desajeitadamente o corpo inerte de JP. Regalia tinha desaparecido, já que seu dono estava sem condições para continuar lutando. Ao chegar à base e sair do EVA, foi logo recebido por Gaby-chan. Ela pulou em Alexandre com uma voadora.
- KYAAAA! Da próxima vez não demore três episódios para ganhar ò_ó!
- MAAAR X_X!
- Vixe, você matou o Alexandre de vez!
- Ele bem que mereceu, Beténho! Quem manda ficar enrolando!
- Cuidado com o Xandinho! Não percebem que ele está todo ferido? – retrucou Neko-chan, levantando Alejandro do chão – desculpe por trazê-los aqui, mas não tive como segurá-los.
- Deixe esses dois endiabrados comigo! Esmago-os com o Gama e ainda digo que foi sem intenção XD! *mão na cintura* - respondeu Alejandro, fuzilando as duas crianças.
- Não faria isso com a sua pupila! É um blefe! u_u
- Tem certeza?
- Tenho ò__ó!
- Vou voltar para o Gama agora!
- Não se preocupe com eles, meu querido! - Neko-chan enlaçou seu braço no de Alexandre - Venha, vamos para o salão central da sede porque todos estão te esperando para comemorar.
- *0* - Alejandro saiu em disparada deixando Gaby, PBP e Neko-chan para trás. Ao abrir a porta ele deparou-se com todos os funcionários e o mundo mágico*
(Nota do editor: WTF?) (*Nota do autor:Vide o episódio Lembranças de uma Guerra: Flor de Cerejeira parte3) festejando a sua vitória e vibrando ao som de LArc em Ciel – Hurry X’mas

http://www.youtube.com/watch?v=p2x0mJ_uM0Q

Funcionários, habitantes, visitantes e clientes do bordel souberam da notícia que se espalhara como um raio. Tonéis de bebidas de vários tipos foram colocados no salão para deleite do povo, o qual se embebedava loucamente como nunca visto antes. Todos o cumprimentavam deixando o dono do EVA deslocado, obrigando-se a fugir por baixo deles até o barril de cerveja e vinho. Ele bebia animadamente enquanto mais pessoas se aglomeravam no salão central de sua base. Gaby-chan filmava tudo enquanto segurava um enorme caneco de cidra e PBP praticamente arrancava as roupas após alguns goles no barril de juru pinga (... /bored). Neko-chan também se divertia bebericando cerveja e requebrando com Miyuki-chan. Dudy e Rapha Random também caíram no meio da multidão, Gogo Boys e Gogo Girls já dominavam no salão, dançando entre os pilares de construção, palanques improvisados e até mesmo em cima das mesas. O mundo mágico havia invadido a base de Alejandro, um tumulto maior do que o natal e ano novo junto. Com muita dificuldade de sair do elevador, Lolla- chan e Justin chegaram ao meio da algazarra, encontrando muita dificuldade em andar.
- Aqui está uma loucura, Lolla-chan!
- Nunca vamos encontrar o Alexandre no meio de tanta gente!
- Não é o que parece – Justin apontou para frente – olha ele ali – um pouco acima deles, quase no fim do salão, Alejandro estava agarrado em algo parecido como uma enorme caixa d água.
- Vamos lá! – Lolla-chan pegou na mão de Justin enquanto Alejandro enxotava qualquer pessoa que se aproximasse do enorme tonel. No meio da multidão eis que Alexandre viu Lolla- chan e Justin se aproximarem.
- Lolla-chan dos puros e iluminados *0*!
- Oi, Alê! O que está fazendo aí em cima!
- É, Alexandre! O que diabos têm nessa caixa d água pra não deixar ninguém se aproximar?
- É o meu precioso LCL de cerveja *0*! Esse povo parou de me respeitar depois que começou a beber e agora quer nadar no meu tonel! – Uma funcionária tinha escalado o outro lado do barril e tirava a roupa descaradamente – Ei! NEM PENSE EM PULAR SUA LAMBISCATE!
- Tarde demais, Alê! - respondeu Justin vendo a moça saltando acrobaticamente pra dentro do LCL. Alexandre desceu pela escada da caixa d água e o pessoal aproveitou a oportunidade para invadir.
- Já estou me irritando com esse bando de aproveitadores na minha sede! Marr! Vou colocar todo mundo no olho da rua ¬¬!
- Larga de nervosismo, homem! Você acabou de ganhar uma luta! Fiquei impressionado! Como foi que você fez aquilo com o escudo?
- Err...
- Simples, Justin! O escudo serviu para moldar o campo TA. Como as mãos do Alê só formam uma barreira de proteção, o escudo serviu para direcionar a energia. Basicamente ele modificou o formato do campo TA sem dar o trabalho de efetuar qualquer movimento! ^ ^
- Lolla-chan, você é a divindade em pessoa *0*! – Disse Alexandre, de forma exagerada. Ele estava meio alto (meio alto? Aham Claudia senta lá) enquanto elogiava a garota.
- Sem exageros, Alê! Você é o salvador do bordel.
- Que nada! – disse Alexandre, sem jeito – Vamos beber e aproveitar o fim de noite!
- Opa! Nem precisa dizer duas vezes! – Justin já tinha uma garrafa de smirnoff ice na mão se juntando a uma Gaby- chan bêbada e um Beténho totalmente fora de si. Alejandro afanou uma lata de cerveja de um dos indigentes do bordel e virou-a bebendo num só gole, quando sentiu Lolla-chan pegar na sua mão.
- Err... Lolla-chan?
- Alexandre... A sua mão... .
- A minha mão está ótima! Não tem nada de errado co... - ele não conseguiu terminar a frase. Sua mão direita apresentava uma coloração opaca, apagada, estendendo-se até o antebraço. A ferida causada pela espada de Regalia tinha um aspecto grotesco, como se umidade e mofo estivessem ali por vários dias. Ele não sentia dor alguma devido à bebida que circulava no sangue.O humor de Alexandre virou do vinho para a água, seus olhos desnorteados procurando por algo que Lolla-chan não sabia o que era.
- Alexandre?
- Venha comigo.
- Ok – a garota decidiu não questionar. Alexandre não parecia estar mais ali. Ele andava apressadamente ignorando a multidão que o saudava. Ele chegou onde estava Gaby-chan, Beténho e Justin. Estes dois últimos se esfregavam vulgarmente enquanto a pupila de Alejandro filmava tudo.
- Gaby-chan!
- Tuo filmandjo! ò__ó – resmungou a menina com a voz engrolada.
- Marr ¬¬! Viu a Neko-chan por aí?
- Puor ali – apontou a jovem para o escritório de Alexandre sem parar de filmar. Este não fez rodeios e foi até seu escritório, puxando Lolla-chan com ele, atropelando o mundo mágico e qualquer pessoa que estivesse na frente. Ele entrou de supetão no escritório, escancarando a porta.
- NEKO-CHAN!
- MIAAAAAUUUU!
- OH, Meu Deus! – Lolla-chan ficou vermelha como tomate ao presenciar Neko-chan com Miyuki-chan, a segunda apenas de calcinha.
- Xandinho, eu posso explicar!
- *0*
- Buááá! Serei demitidaaa! – Miyuki-chan saiu chorando do escritório rapidamente, sem deixar impressão digital. Alexandre foi até Neko-musume, agarrando-a com o braço esquerdo. Ela tomava todos os tons de cores possíveis esperando o pior.
- Neko-chan, onde está o JP?
- Quem? JP?
- Éééé! – redargüiu Alexandre, em frenesi. Neko-chan se desvencilhou dele, não acreditando no que ouvia.
- Espere um momento! Eu preocupada, esperando a perda das 7 vidas e você me agarra pra perguntar onde está o JP?
- Dá pra responder ou prefere perder as 7 vidas?
- Ele está na ala hospitalar do C.C.O.E. Não sei ao certo se está em condições de falar alguma coisa. =u.u=
- Ele tem que falar, Neko-chan – Alejandro mostrou a mão direita sem vida – Eu o farei falar.

http://www.youtube.com/watch?v=suwfJMiXauU

- *ROSE WHIP! – karenzitous arqueou o braço guiando o chicote, causando um estrago enorme na campina. O chicote estalava com violência, exalando o perfume de rosas e ateando fogo em tudo que tocava. (* Rose Whip – chicote de rosas) Aos olhos de Raul, Rodji parecia ter dificuldades para desviar dos ataques, mas, internamente, sabia que seu oponente tramava alguma tática para um contra-ataque. A Rose Whip estalou furiosa em Rodji, que deu um salto para o lado esquerdo obrigando–se a firmar uma das mãos no chão para não cair. “Esta é minha chance.” – pensou Raul fazendo o chicote atacar mais uma vez. Rodji parecia ter cometido um descuido fatal quando dos seus lábios um sorriso malicioso tomou forma.
- *HYOURO NO JUTSU! – uma coluna de gelo apareceu diante de karenzitous, fazendo-o desviar e perder a concentração. Pilares disformes de gelo de todos os tamanhos brotavam violentamente da terra, impedindo Raul de efetuar outro ataque. (*Hyouro no Jutsu – prisão de gelo)
Tsc! – Raulzitous deus um salto para trás, mas uma parede de gelo surgiu como se soubesse cada movimento seu. Rodji já não estava visível porque os pilares impediam seu campo de visão. De repente Raul percebeu que estava cercado pelos pilares de gelo. Ele tentou derreter a muralha com a Rose Whip, mas as paredes continham uma espessura muito grande para um efeito rápido. “Não tenho alternativa” – karenzitous elevou sua energia.
-* KAGON RETZUZANHI! – Rodji viu sua muralha de gelo se partir e derreter com extrema facilidade. Por um pequeno descuido, Raulzitous não viu Rodji se locomover, deixando-o dentro da margem de ataque (*Kagon Retzuzanhi – Caule Esquartejante)
- Tarde demais!* KOURI NO YAIBA! – Rodji se lançou em Karenzitous, girando o corpo e transformando-se num turbilhão de gelo. Os Katares cortavam a terra com agressividade ao mesmo tempo em que o ar congelante se alastrava na mesma intensidade. Raul não tinha como escapar. (*Kouri no Yaiba – Lâmina de Gelo)


Alexandre dava passos rápidos na ala hospitalar do C.C.O.E., Neko-chan e Lolla o acompanhavam no mesmo ritmo. As duas sentiam a tensão no ar, não ousando questionar a atitude do amigo. Este, por sua vez, abordou uma das enfermeiras que estavam no caminho.
- Pode me dizer onde está o prisioneiro hospedado recentemente?
- Ah sim, claro!^ ^ - concordou a enfermeira gentilmente, olhando a prancheta – Ele está no quarto 15-A. Fica no fim do corredor.
- Obrigado! – Alexandre passou pela enfermeira feito um foguete, a frustração tomando conta do seu corpo todo. Neko-chan e Lolla quase ficaram para trás.
- Aqui. Quarto 15-A – Alexandre não pensou duas vezes e abriu a porta. JP estava acamado, recebendo soro na veia, usando jaleco de hospital e uma máscara de oxigênio. Uma enfermeira estava no recinto, cuidando dele.
- Sr. Alexandre, o paciente não está em condições de recebê-lo.
- Ah, mais vai! – retrucou Alejandro, avançando até a cama.
- Não, Alexandre!
- NÃO, NEKO-CHAN! NÃO OUSE! – Alejandro transpirava puro ódio, como se sua alma estivesse possuída. Ele empurrou a enfermeira, indo até a cama e agarrando o moribundo pela gola do jaleco.
- Alexandre! – Lolla-chan tinha a face consternada enquanto auxiliava a enfermeira a ficar de pé.
- MAR! O que você fez com meu braço? Hein? RESPONDA! – Alê estava em um acesso de fúria tão grande que agarrou JP pelo pescoço e o arremessou violentamente na parede. A agulha de soro se desprendeu da veia junto com a máscara de oxigênio e a haste de soro caiu no mesmo tempo em que JP caia no chão. Os pontos da face se abriram e sua testa e lábios voltaram a sangrar. Ele deu um gemido engasgado sentindo novamente as feridas da luta, a respiração pesada e o peito carregado. Tinha certa dificuldade pra respirar sem a máscara. Mesmo nesse estado, Alexandre não hesitaria em torturá-lo.
- JÁ CHEGA, ALEXANDRE! BASTA! – Neko-Musume se postou entre JP e ele. Apesar do nervosismo, ela estava determinada a pará-lo. Eles se encaravam mutuamente quando uma voz empastada quebrou o gelo.
- Vo-Você... Seu braço... Veio... Pelo seu... Braço... Não é?
- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? – Alexandre se dirigiu a JP, mas Neko-chan ainda estava impedindo-o de se aproximar.
- O que tem o braço dele, JP?
- He... Hehehe... – JP respirou de forma ofegante, juntando a força restante para falar – A morte... O marcado pela espada... A morte o acompanha... Hehehe... Hehe... – JP ria apesar do estado deplorável e as feridas abertas o impediram de prosseguir. Alexandre olhava para sua mão direita inconformado e a enfermeira, seguindo seus instintos, auxiliando o paciente. A mão dele estava morta.
- Vamos achar uma cura para seu braço, Alê.
- Acho que preciso de um médico, Neko-chan – Alejandro tinha a voz distante feito alguém que perdera a consciência. A raiva não existia mais.
- Gostaria que isso ficasse apenas entre nós. Não desejo preocupar os outros com algo do qual não temos certeza do que seja.
- Tudo bem, Alexandre – concordou Lolla-chan carinhosamente.
- Pode ficar tranqüilo, Xandinho! Manteremos segredo – Neko-chan fez sinal de escoteiro enquanto dava um abraço de consolo – Agora vá tratar das suas feridas que Lolla-chan e eu já vamos ok?
- Mar! u_u – Ele saiu para a área do pronto-socorro ainda olhando a sua mão direita.
- Eu entendo o porquê dele estar assim, Lolla-chan – Neko-chan cruzou os braços, pensativa – JP arrancou dele um dos bens mais preciosos que Alexandre possui.
- E, pelo jeito, ele não vai sossegar até achar um jeito de saber o que aconteceu com a mão dele não é mesmo?
- Pior que não, Lolla-chan. JP não terá sossego. Quando estiver consciente não será poupado. – Neko-chan olhava para o paciente. Em volta dele mais enfermeiras apareceram e tratavam das suas feridas. Um sorriso perverso permeava quase imperceptível pelos lábios de JP, mas Lolla-chan e Neko-chan notavam muito bem.


Rodji analisava karenzitous com cara de interrogação. Seu ataque atingira a perna e o braço esquerdo de Raul, ferimentos profundos o bastante para diminuir sua locomoção.
- Ué? Você conseguiu desviar do meu ataque. Mas como?
- Observe melhor, visse! ¬¬ - retrucou karenzitous verificando a gravidade dos cortes e pensando numa forma de ganhar tempo.
- Você usou uma de minhas colunas com o chicote no último instante para diminuir o dano. Está menos enferrujado do que pensei. ^_^ - Rodji viu uma de suas colunas de gelo envolta pelo chicote de Karenzitous, que derretia lentamente o pilar devido ao fogo que o revestia. “No último minuto karenzitous apenas lançou-o no pilar e este fez todo o resto do trabalho puxando-o para o lado direito” mentalizava Rodji, pensando na próxima investida. Seu raciocínio fora interrompido ao ouvir a voz de Raulzitous:
- Tipo, por que abriu aquele portal?
- O motivo pelo qual abri o portal não é da sua conta! Não vou cair na sua conversa fiada e dar-lhe tempo para cuidar dessas feridas!
- Na verdade, nem preciso. Você já me deu o tempo necessário – respondeu Karenzitous, revelando uma pequena semente entre o dedo indicador e o polegar
- ?
- *Tsubaki no Mai... .- Raulzitous concentrou sua energia da palma da mão e a semente se transformara numa linda camélia branca (*Tsubaki no Mai – Dança das Camélias http://br.olhares.com/camelia_branca_foto2942872.html ).Ela reluzia graciosidade com suas pétalas incandescentes, exalando um perfume doce e suave como champanhe. Raulzitous puxou do centro da camélia uma flauta de prata.
- Esta é uma camélia flamejante do mundo das trevas – relatou Karenzitous, colocando a flauta transversal próximo ao lábio – Ela me dá o poder para usar a flauta das ninfas e tocar som da morte.
- Então toque

http://www.youtube.com/watch?v=8lFy-1-iDGo&feature=related

-... .- Raul iniciou o som melodioso da flauta e instantaneamente o tempo começou a fechar. Várias camélias brotavam da terra cercando tanto karenzitous quanto Rodji, muito maiores e imponentes do que a original. Continham o mesmo aspecto belo e flamejante, mas também exalavam uma energia tenebrosa. Elas nasciam nos pilares e muros de gelo, em meio ao fogo e na maior parte da campina. Todas as camélias desabrochavam lentamente acompanhando o som da Flauta. Rodji não gostava da situação e, por instinto, lançou um katar em karenzitous com toda força. O ar congelante ao redor do katar vociferava velozmente enquanto Raul continuava de olhos fechados, tocando a flauta. Ele entoava a dança das camélias avidamente, controlando sua energia, não se importando com o katar que girava freneticamente na sua direção.
- Aff>_- Elas são ninfas do mundo das trevas. Na mitologia elas são consideradas deuses místicos da natureza ou de certos locais sagrados. http://fotologando.blogspot.com/2008/11/ninfas-fotos.html ( as ninfas que aparecem na história é a última imagem mostrada no site acima. Não conseguir colocar a imagem pq sou muito burro >_<) Em específico, estas ninfas obedecem apenas quem possui a flauta de Sorento* (*Nota: Sorento é um dos Sete Generais Marinas de Poseidon, da série os Cavaleiros do Zodíaco, criado por Masami Kurumada. Sorento é o guardião do Pilar do Oceano Atlântico Sul. Seu nome vem do italiano, nome de uma cidade e porto do sul da Itália. Cidade a qual, Homero na Odisséia diz que é a residência das Sirenes. Em italiano e em português, por tradição, o nome da cidade é Sorrento.)
- Entendo... .- Rodji ficou em posição de ataque diante da ação de Karenzitous em tocar a flauta. As ninfas automaticamente mudaram sua atenção para o jovem com um katar na mão. Rodji sentiu o pentagrama nas costas arder. ”Acharam o último Dragão Subaruba. Tenho que acabar logo com isto” – pensara Rodji, segurando com afinco o katar na mão direita, as ninfas avançando em sua direção.


- É aqui. Nerúmia. - Rapha Gutcho estava diante da taverna indicada pelo pentagrama que reluzia em sua mão esquerda. Didz, Hiel e Yuuko Boy estavam com ele.
- Como está frio aqui!
- Chame a Xtina que ela resolve, Didz!
- Xtina? Quem é Xtina, Yuuko?
- É a Christina Aguilera u.u – respondeu Hiel Kazuni, cruzando os braços tentando se aquecer – Ele anda com essa mania de chamá-la pra tudo. Tá toda cagada! XD
- Só um Yohanathan Gatro* basta pra resolver meu problema HAHAHA! Iria me esquentar rapidinho! - respondeu Didz, entrando na taverna. (*Cantor israelense “conhecido” pelo hit A Hot Summer Night)
- Até que enfim vocês chegaram – Drico Sama estava deitado em cima do balcão, segurando uma garrafa de rum numa das mãos – Tokiko terminara o ritual do coito há mais de dez minutos.
- E quem é o novo Dragão Subaruba?
- É aquele Ali, Didz – Tokiko apontou para a mesa no fundo do bar. Ela ainda estava nua e seu corpo esguio transpirava avidamente. Sentia-se tão quente que não achava necessário colocar o casaco. Didz foi até o jovem de capuz sentado na mesa de maneira atrevida.
- O último Dragão Subaruba... Qual é o seu nome? Você vem sempre aqui? HAHAHAHAHA! Nossa, até você deve conhecer essa cantada velha!
- Heleninha! Pare de dar em cima do moço! Fica se jogando no primeiro homem que vê!
- Eu tenho atitude, Hiel! Não fico esperando homem bonito cair do céu como certas pessoas!
- Eu não fico esperando homem cair do céu ¬¬! – retrucou Hiel fazendo bico.
- E tem mais, Didz. Nem dá pra saber se ele é bonito ou não porque está de capuz! – respondeu Yuuko andando pela taverna. Ele pegou uma das cabeças degoladas do chão – Se for como este carinha aqui está de acordo.
- O taverneiro era pegável mesmo, mas só me dei conta depois que o matei -__-. Muito arrogante.
- Espero que você seja melhor que o taverneiro HAHAHAHA! – Didz ria animadamente pegando uma taça de vinho da mão de Rapha Gutcho – Mas você não disse seu nome!
- Ah minha taça, Didz!
- Deveriam ter me chamado pra matança! A Xtina teria me chamado u_u!
- Deveriam ter chamado na hora do coito também! A Tokiko foi a que mais aproveitou aqui HAHAHAHA! Olha como está toda molhada!
- ‘-‘
- É verdade. T_T Perdemos a matança e nem vimos o ritual! 9.9
- Mas eu só fiz meu trabalho, meninos. Nada de mais.
- Fez e muito bem feito, pelo que vejo! – Didz se voltou para o jovem encapuzado. – O que você esconde debaixo dessa capa, hein?
- Parem de viadagem! Já basta! As apresentações ficam pra depois! – replicou Drico-sama, descendo do balcão – Agora é tempo de cumprir o nosso destino. Todos os Dragões Subarubas devem se unir e não temos desculpas para mais erros.
- Tem um problema, Drico-sama. JP não voltou do bordel até agora.
- Não se preocupe, Raphael. JP estará conosco, mesmo que não tenha êxito no domínio do bordel.
- E quanto ao tal ferreiro para o conserto da espada? Por onde começamos? – perguntou Tia Tokiko, desfilando nua pela taverna, procurando seu casaco.
- Tudo há seu tempo, Tokiko. Como eu já disse antes, cumprir a profecia é nossa prioridade – Drico-sama jogou o casaco nas mãos dela – Quero que você volte para a nossa sede e proteja Kamui. Aqueles swingueiros incompetentes não são páreo para os idiotas do bordel. Preciso do corpo de Kamui intacto até o momento prometido.
- De acordo, Drico-sama.
- Didz e Hiel Kazuni vão até o bordel saber da situação atual. Se JP estiver em vantagem, a prioridade é Fabio Mayfair. Contudo, se JP estiver preso, resgatem-no. Acabem com o bordel, se for necessário.
- Prefiro ir sozinho, Drico-sama! – reclamou Didz, saindo da mesa onde estava sentado – Tenho contas pra acertar com ele!
- Não só você, Didz! Também tenho questões pra resolver com o Fah u.u!
- Como o quê, por exemplo? Implorar um sexo de compaixão? Vai miar pra ele?
- Não me joguei pra cima dele da última vez como você!
- Foi um erro do autor! Eu nunca faria uma coisa dessas! E você se jogaria também mesmo sendo um erro de autoria ou não bee!
- ‘-‘
- Ei, suas bichinhas de merda! Calem a boca ou chamo Xtina!
- Que tanto você pede pra chamar a Christina, Bruno! (Eu pensei “Quem?”, assumo.)
- Ela é o ser mais poderoso do universo, Raphael Gutcho! Por isso eu a chamo u.u!
- Ela pode resolver qualquer coisa? – Rapha tinha uma curiosidade maliciosa na voz
- Sim, pode u.u!
- Foco, Dragões da Subaruba! Isso não é importante no momento! – interveio Drico-sama, dando um fim na algazarra. Yuuko-boy tagarelava ao fundo coisas como “Como ele ousa dizer que Xtina não é importante?”, mas Drico ignorou o comentário.
- Agora não é momento para questões pessoais. Devemos deixá-las de lado por enquanto. – Drico-sama deu um gole demorado na garrafa de rum - Didz! Hiel! Prioridade em Mayfair! Quero-o vivo! Rapha Gutcho e o nosso membro virão comigo para procurar o forjador da espada.
- Mas e quanto a mim, Drico-sama! Porque me esqueceu? Todo mundo me ignora! Sempre sou secundário nessa novela! Tudo bem! Estou acostumado já! Só porque sou feio, gordo e ninguém me quer!
- De maneira alguma meu querido, Yuuko-boy – Drico-sama foi até o jovem, ficando a poucos milímetros de distância – Eu tenho uma missão diferente pra você. É hora de realizar aquele desejo.

- Prontinho, Senhor Alexandre. ^ ^ Já fiz a coleta de sangue e coloquei pontos nos ferimentos. Assim que tivermos o resultado dos exames o senhor será notificado.
- Obrigado! *0* - Alexandre agradeceu a enfermeira e esta retribuiu o gesto e depois saiu da ala clínica. Apesar das bandagens e curativos a mão e braço de Alexandre continuavam a mesma. Sem cor. Apagada. Sem vida. Leprosa. Ele deu um suspiro triste e tirou um maço de cigarros do bolso da calça. Acendeu o isqueiro, levando o cigarro à boca, sem importar-se com a reação alheia. Alguns médicos e funcionários da enfermaria fuzilaram Alexandre impiedosamente, mas ele apenas deu uma tragada profunda e baforou bem forte. Seus pensamentos estavam longe, nada mais importava. Ele maquinava uma forma de saber o que ocorreu com a mão direita dele. Ainda não sentia dor ou incômodo por causa do anestésico. Ele estendeu a mão direita e tentou concentrar sua energia. Nada aconteceu. Tentou novamente usando também a mão esquerda. Esta reunia energia espiritual rapidamente enquanto a mão direita continuava na mesma situação.
- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH! – em fúria, Alexandre lançou a energia da mão esquerda no teto do hospital, abrindo um enorme buraco. As pessoas olhavam para ele totalmente assustadas. O terror era visível. Pacientes, visitantes, médicos, enfermeiros e enfermeiras. Todos chocados com a cena. Alejandro simplesmente deu sua última baforada jogando o resto do cigarro no chão. Seus olhos miravam o buraco, mas seu interior focava o nada. Parecia ter perdido o senso de direção. Fitava o nada e ficou parado por alguns minutos até que viu algo branco na abertura da cratera.
- Mokona?
- Puupuuuu! – a bolinha branca saltou do buraco caindo na face desnorteada de Alê.
- O que faz aqui no hospital, seu porra?
- Pupupú pupupu púúú!
-¬¬
- Pupuuú pupu-pupu pú! – Mokona saltitava alegremente, saindo da área clínica da enfermaria em direção ao elevador. Alejandro decidiu segui-lo, assim mantinha a mente distraída. Mokona entrou no elevador e Alexandre o seguiu. A enfermaria do CCOE ocupava três andares no subsolo e acima deles – no térreo- dava acesso ao hospital do bordel. Mokona o levava diretamente para lá.
- Ei, seu cú de verme! Pra qual inferno você ta me levando? – Gritava Alejandro, saindo do elevador. Mokona apenas saltitava animadamente pelo corredor da ala hospitalar, as pessoas observando-os curiosas.
- Volte aqui, peste! Pra onde está me levando?!
- Pupupu puuu pú!
- Err... .¬¬ - qualquer som emitido pelo Mokona, Alexandre não entendia. Segui-lo parecia absurdo. De repente, a bolinha branca entrou num dos quartos do hospital do bordel. Ao entrar com ele, Alejandro encontrou ninguém mais e ninguém menos que Shunzy-kun. Ele tinha um curativo na sobrancelha esquerda, aparentava serenidade e uma melhora muito rápida para quem tinha ficado um trapo há poucas horas atrás. Apesar da estabilidade física, Alexandre notou tristeza no amigo. Este ficou surpreso com a chegada de Alê.
- =O.o=? De todas as pessoas que imaginei, eu não esperava por você, Alexandre.
- Eu nem teria vindo se não tivesse seguido este espermatozóide saltitante u_u! – Alejandro tinha um dedo inquisidor em Mokona. Este, por sua vez, se escondera debaixo das cobertas da cama de Shun, assustado.
- Não implique com Mokona, Alexandre. Pode ferir os sentimentos dele =U.U=.
- Pupuú! – concordou Mokona ainda debaixo das cobertas. Shun o tirou debaixo delas.
- E desde quando você entende o que esse arroz doce fala? Porque eu não entendo nada!
- Nem eu, Alexandre =-^-^-=! Mas seres místicos podem compreender muito bem o que falamos, principalmente a linguagem corporal e expressão facial. Basicamente é a leitura sentimental da alma.
- Err... . ¬¬
- Não compreendo porque ele chamou você quando eu pedi que chamasse a Lolla-chan. Provavelmente não conseguiu encontrá-la. XD
- E nem encontraria! Ela está na minha base tecnológica. Muita gente intrusa por lá u_u.
- Estou sabendo da sua vitória. =-^-^-= Estava disposto a vê-los também, mas o médico me deixou em observação =”¬.¬=. Por isso pedi a Mokona para trazer Lolla-chan aqui.
- E pra que precisa dela? – perguntou Alexandre, com certa curiosidade.
- De certa forma, - Shun hesitou por um instante, mas prosseguiu- acho que você pode ajudar já que possui experiência em lutas.
- Não enrole! Detesto a arte da prolixidade. (Nota do editor: é herbívoro?)
- Posso prosseguir?
- Desembucha.
- Eu não consigo ativar a minha armadura. Não sei o que ocorre. Acho que perdi meus poderes.
- Huumm.
- Eu sei que a armadura está quebrada, mas... .
- Não consegue concentrar e nem elevar sua energia – completou Alejandro, pensativo.
- Pois é... – Shun ficou em silêncio sem saber o que dizer. Mokona estava confortavelmente relaxado no colo dele.
- Me dê sua mão – Alexandre estendera a mão leprosa, quebrando o gelo.
- O que aconteceu com a sua mão Alexandre? =O.O”=
- Ferimento de batalha. Agora me dê sua mão, anda.
- Ok – Shunzy-kun estendeu a mão esquerda para Alexandre e este pousou sua mão boa em cima, mas não se encostando a ela. Alguns minutos de silêncio se passaram e de repente a mão de Alê começou a brilhar. Sua energia espiritual tentava um contato com a energia de Shun. Alexandre tirou a mão, dando um longo suspiro.
- Diga, Alexandre
- Energia espiritual, você tem. No entanto, está adormecida. Seu corpo se habituou a usar qualquer tipo de energia ativando a armadura.
- Mas ela está quebrada.
- E infelizmente não posso consertá-la
- E por que não?
- Porque somente um ferreiro muito qualificado teria o mínimo de conhecimento para reparar um mineral regente dessa magnitude – Alexandre fez uma pausa, tirando uma cápsula do bolso. Apertou o botão da tampa e automaticamente uma lata de cerveja apareceu. Ele deu um gole demorado e prosseguiu:
- Precisamos de um forjador com aptidões mágicas de um Magister Magi. Como eu fugia das aulas teóricas para praticar meu conhecimento tecnológico. Acabei perdendo muita coisa.
- Compreendo – concordou Shun, pensativo –Você foi um meliante muito cedo, Alexandre =-^-^-=!
- Não sou daqueles que acordam desesperadamente para a inauguração da nova enciclopédia do Pasquale autografada e ainda por cima tirar fotos com ele u_u – Alejandro sorveu mais um gole de cerveja e prosseguiu – Até mesmo porque não sou muito fã de pessoas letradas.
- O que está querendo insinuar =Ò.Ó=? (Nota do editor: PASQUALE? Blé.)
- Não estou insinuando nada u_u! Impressão sua.
- Mas como você é mentiroso, Xandinho! – Neko-chan estava na porta junto com Lolla-chan – Ele sempre faz uma insinuação pejorativa.
- Pelo menos dá pra notar uma melhora no humor! ^_^
- PUPÚÚÚ! – Mokona deu um salto da cama indo até Lolla-chan.
- Então você estava aí, mocinho! O que andou aprontando, hein? Dando trabalho pro Shun e pro Alê! – Lolla-chan apertava a bochecha de Mokona como bronca carinhosa. Este ejaculava (WTF?) seus “pupupus” freneticamente fazendo Lolla rir animadamente. Os presentes naquele quarto do hospital olhavam a cena sem entender nada.
- MIIAUU! Será que ela entende?
- *O* OMG! É o que parece.
- =Ô.Ô=! *SHOCKED*
- Ué, pessoal? Achei que vocês entendessem o Mokona. Por isso nunca perguntei nada.
- Detalhes, Lolla-chan! Eu fiquei curiosa em saber o que Alejandro veio fazer aqui já que não esperou por nós na clínica da enfermaria do C.C.O.E. – Neko-chan pokeava Alexandre enquanto este sorvia mais um gole de cerveja.
- Foi o Mokona que o trouxe pra cá. Estávamos falando sobre a perda temporária dos meus poderes – iniciou Shun, chamando a atenção de todos – Alexandre me explicou que meu corpo ficou dependente da armadura e sem ela não consigo usar meus poderes.
- Exatamente. u_u
- E você não pode consertá-la, Xandinho?
- Não. Ele não pode, Neko-chan – respondeu Lolla-chan, colocando a mão na testa de Shun – Alexandre não foi predestinado para tal serviço. É necessário que alguém com o dom da magia mística e da criação consertem a armadura de Shun. Provavelmente os Dragões da Subaruba já saibam dessa informação, pois sem a espada não adianta nada reviver Kamui.
- Isso é pouca coisa, comparado com o que eu ouvi. JP disse que encontraram o último Dragão Subaruba.
- Essa notícia piora ainda mais situação, Alê. Eles estão perto de cumprir a profecia.
- Sem mencionar o sumiço do Raul e do Fabio, Lolla-chan. Até agora não temos nenhuma informação sobre o paradeiro deles. E fica mais complicado agora que me tornei um inútil sem meus poderes!
- Ah isso é verdade! /666 (Nota do autor: para maiores informações sobre o "/666" peça para Alexandre mostrar o emoticon)
- Cale a boca, Alexandre! – Neko-chan deu um safanão nele. (Nota do editor: /laser)
- Mar! Mas é verdade porra! ¬¬
- Não necessariamente – retrucou Lolla-chan, toda radiante – Alexandre disse que você não consegue usar energia por causa da armadura quebrada, correto?
- Basicamente.
- Então pode deixar comigo! Vou ajudá-lo a despertar a energia adormecida sem precisar da armadura.
- Fico agradecido, Lolla-chan.
- Imagina. ^_^ - Lolla-chan fitou Alê – Quanto a você, precisamos conversar depois sobre aquele assunto delicado. Acho que possuo uma idéia sobre o que se trata – Alexandre concordou em silêncio, olhando para o braço direito. Por alguns minutos ele tinha se esquecido dele, mas agora percebia todo aquele sentimento retornar com força total. Ele jogou a latinha de cerveja no lixo sentindo asco de si mesmo. Neko-chan deu um enlaço forte no pescoço dele.

- Me diga, Xandinho! Como vamos encontrar uma pessoa que consiga consertar a armadura do Shun?
- Há um lugar por onde podemos começar – respondeu Alexandre, tirando o braço de Neko-chan do pescoço – Alberta, a cidade dos ferreiros.
- Nunca ouvi falar, Xandinho. =u.u=
- Eu menos ainda! =-^-^-=
- Eu já! XD – disse Lolla-chan, empolgada – É de onde sua família veio não é mesmo, Alê?
- Minha família nasceu aqui, mas meus antepassados são de lá. Mantemos a doutrina de forja por vários anos.
- E você possui uma idéia de quem vamos procurar? – perguntou Shun, curioso.
- Sim *0*. Meu mestre, a pessoa que me agüentou enquanto tentava me treinar. Ele e meu avô trabalhavam juntos nos ensinamentos para abrir os pontos de circulação de chakra e meu pai supervisionava os meus estudos.
- Mas como vamos encontrar seu mestre, Alê?
- Ainda não sei, Lolla-chan. A única pista é Alberta. O problema é que a cidade fica em outra dimensão e não conheço ninguém do bordel com tal poder para nos transportar até lá.
- Nem eu possuo tanto poder para levar todos nós – respondeu Lolla, fazendo bico.
- Infelizmente teremos que pedir ajuda pra maldita víbora cachaceira da Yuuko.
u_u
- O pinguço falando da embriagada. =O.O’=
- Mar! u__u
- Não temos alternativa – finalizou Lolla-chan, decidida – vamos precisar dela.
- Tem mais uma coisa – interrompeu Shun, preocupado – E quanto ao Keichi? Também não temos sinal dele e deixá-lo com os Subarubas é arriscado!
- É provável que ele esteja em um local de difícil acesso. Acredito que dificilmente eles fariam algo que prejudicasse seu amigo novamente – disse Lolla-chan, tranqüilizando Shun – Eles não se arriscariam novamente e botariam a perder o corpo em que habita a alma do terceiro Kamui.
- É verdade, Lolla-chan.
- =-^-^-=
- E quanto ao Fábio? Não o vi mais depois da minha luta contra o JP.
- Ele foi atrás do Karenzitous, Alê. Até agora sem notícias – respondeu Shun, se ajeitando na cama.
- Certo. Vamos esperar por ele e pelo Karenzitous enquanto eu adianto algumas coisas - Alexandre foi até a porta e acendeu outro cigarro – Então está decidido! Vamos para Alberta.


- KOURI NO YAIBA! – Rodji lançou os katares atacando as ninfas impiedosamente, sem sucesso. “Enquanto a música continuar a tocar de nada adianta atacá-las. Estou gastando energia desnecessária. Preciso de uma investida mais agressiva.” Rodji deu um salto frontal agarrando os katares no ar ao mesmo tempo em que desviava dos raios flamejantes das ninfas. De repente, Rodji sentiu algo prender em seu pulso notando uma das ninfas puxando-o com o chicote. Ele tentou cortar, mas seu braço também fora enlaçado pelo chicote de outra ninfa. Rodji estava cercado.
-Aff>_- As minhas ninfas ficam mais fortes e astutas quando são alimentadas pela minha energia maligna – disse Raul, parando de tocar – A música, o som da flauta, não servem apenas para comandá-las, mas também para propagar a minha energia e fortalecê-las.
- Técnica da criação – concluiu Rodji totalmente imobilizado. Estava totalmente amarrado e impossibilitado de se mover.
- Réquiem da Morte – Raul recomeçou a tocar a flauta elevando a sua energia ao máximo.

“Ardor em firme coração nascido!
Pranto por belos olhos derramados!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!”
- Não...! – Karenzitous largou a flauta, colocando a mão no peito. Sentiu um ardor forte no coração, deixando Rodji confuso. As ninfas automaticamente olharam para seu mestre, esperando a ordem de sentença para o inimigo, mas Raulzitous apenas sofria de dor. Gradativamente a energia dele aumentava mais e mais sem controle nenhum. Era tanta energia que começou a afetar as próprias ninfas, causando combustão espontânea. Rodji se deu conta do que se tratava: era a filosofia familiar que o impedia de utilizar os poderes adequadamente, causando uma liberação excessiva e desgastando o seu corpo. “Se continuar assim não só ele entrará em combustão, eu também viro churrasco de gato”. Rodji aproveitou a oportunidade para se desprender das cordas, concentrando o ar sobrenatural nas duas mãos.
-* HYOUTON DAYTONA! – um feixe de luz congelante emanado por Rodji espalhou-se por toda campina cortando e congelando tudo que estava no caminho.(*Hyouton Daytona: magia tirada do OVA Magic Knight Rayearth. Na novela a magia espalha um feixe de luz branca circular no qual corta e congela tudo o que toca). Raul sentiu o corpo entrar em colapso. Estava impossibilitado de fazer qualquer ação. As camélias e as ninfas foram facilmente executadas. Karenzitous cambaleou a vários metros de distância ficando próximo do portal. A mesma energia que o fizera perder o controle o salvou da técnica devastadora de Rodji. Ele ficou de pé com dificuldade atento a qualquer movimento inesperado, pois a neblina causada pelo poder de Rodji impedia uma visualização precisa.Quando a névoa começou a dissipar-se, um vulto apareceu aos olhos de Raul. Rodji surgia imponente com o katar na mão como se as feridas da luta não o tivessem afetado. Os raios de sol começaram a surgir no horizonte, revelando uma carnificina grotesca. Ninfas e camélias jaziam no chão inertes, muitas queimadas e também congeladas. Rodji assistia Raul totalmente coberto de sangue, conseqüência do seu feixe de luz. Apesar do estado lamentável, Karenzitous continuava firme segurando uma rosa laranja na mão.
- Decadente, Raul. Desista.
- ROSE WH...! – uma dor aguda no braço direito fez Raul ficar de joelhos. A rosa laranja caiu no chão e algumas pétalas se espalharam com a intensidade do vento. Rodji rodeou seu oponente, ficando atrás dele pronto para dar o golpe final, mas sentiu um odor de cigarro no ar. Fabio Mayfair andava tranquilamente pela campina, fumando um cigarro e apreciando o nascer do sol. Não dava importância alguma para a luta que ocorrera ali.

FIM DO FLASHBACK

- Você chegou tarde.
- E? ._. – Fabio deu mais alguns passos, tragando o cigarro com mais força. Rodji puxou os cabelos de Raul, apontando o katar para o pescoço dele.
- Tem coragem? ._.
- Você duvida? XD
Fabio não respondeu. Apenas olhou o céu tomar forma com a chegada do dia, o sol iluminando a carnificina espalhada por toda a campina. Por fim, Fabio quebrou o silêncio.
- Eu não sei como você vai cortar a garganta do Raul com a mão nua ._. – Fabio girava o katar de Rodji na mão.
- Tenho que reconhecer: não vi você se locomover porque esta pessoa me deu trabalho ^ ^ - Rodji deslizou os dedos sob o pescoço da vítima – Mas não pense que sem o meu katar sou inofensivo.
- Ui que medo, Kaitan. /waa – o sarcasmo de Fabio fez Rodji mudar de expressão, pois sempre conseguia irritá-lo. Este, por sua vez, posicionou a mão direita rente ao peito de Raul, uma energia azulada e sinistra envolvendo-a.
- *Matô Touryuken. (Matô Touryuken – Golpe Maligno Congelador de Almas)

Continua...


Música de encerramento XD
http://www.youtube.com/watch?v=05p646nlYS0
Versão completa:
http://www.youtube.com/watch?v=iNCXiMt1bR4&feature=related

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